Antonella • Livro 1 | RETA FINAL

C a p í t u l o • 31

New York City U.S.A.
14 / September • Wednesday

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo é o papel de parede rosa com flores delicadas lilás, eu estou na minha cama com lençóis lilás, estou no meu quarto na grande mansão em Roma. Me levanto e fico sentada observando tudo, apurei meus ouvidos.

Na noite passada eu ouvi os gritos da mamãe de novo, ela nunca me fala o motivo de sempre está gritando quando o papai volta de uma viagem.

O quarto está bem iluminado, mas tem uma energia estranha na casa. Ignoro tudo isso quando a porta se abre e minha mãe está com uma enorme bandeja com meu café da manhã nas mãos. Logo atrás dela meu papai entra também.

Percebo que a maquiagem está bem forte em seu rosto, ela está forçando um sorriso. Sei disso porque seu sorriso não chega aos olhos.

— Buon compleanno ragazza mia.* — Minha mãe fala me abraçando bem apertado.

*Feliz aniversário minha menina.

— Buon compleanno Antonella.* — O papai falou sem me olhar. Começo a comer as comidas preparadas para mim. Está uma delícia.

*Feliz aniversário Antonella.

— Abbiamo preparato una sorpresa per te, il mio amore è laggiù. Fatti una doccia, preparati, ti aspettiamo.*

*Preparamos uma surpresa pra você meu amor está lá embaixo. Tome um banho, se arrume estamos esperando você.

Me levanto rápido da cama e corro na direção do banheiro, escuto a porta se abrindo e logo depois minha criada entra no banheiro e me ajuda com a roupa.

— Buon compleanno mio piccolo lupo.* — Ela deseja quando amarrar meus cabelos em uma touca, ela está com um sorriso triste e um olhar distante.

*Feliz aniversário minha lobinha.

Ela coloca a banheira para encher enquanto eu converso com ela sobre a surpresa que me aguarda.

— Cos'è Hanna?* — Pergunto olhando ela através do enorme espelho.

*O que será que é Hanna?

— Non ne ho idea cara.* — Ela responde olhando pra baixo, tinha alguma coisa errada.

*Não faço ideia querida.

Minha mãe disse que o trabalho do papai era perigoso, e que esse perigo poderia nos ferir. Nunca entendi isso.

Com a banheira cheia e com vários brinquedos dentro dela, começo a entrar com cuidado, me acomodo dentro dela e começo a brincar.

Depois de me enxugar, fico com o roupão pego a bandeja e coloco em cima do meu colo.

Comi tudo que estava na bandeja conversando com minha mãe alegremente, enquanto meu pai estava sentado na minha poltrona no canto do quarto.

Não sabia o motivo por trás daquele olhar assustador. Queria falar pra minha mãe que ele estava me assustando, mas me mantive calada.

Aquele dia com céu azul e ensolarado eu acordei feliz, foi me dado café da manhã na cama com toda a comida, mal sabia que não duraria muito dentro da minha barriga.

Levantei da cama muito contente, tomei o banho mais rápido que podia e me vesti, com um lindo vestido amarelo e sapatilhas.

Desci as escadas correndo, estava tão saltitante. Minha mãe e meu pai já estavam me esperando na sala de estar. Meu tio não estava sentado no sofá, ele estava com um sorriso estranho no rosto.