Capítulo 37 - Conversa p.2

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Tentei ser o mais amiga possível, mas a realidade era que embora eu tenha tentando enganar a mim mesma, eu já gostava da Duda fazia um tempo, mas ela estava passando por muita coisa com a família e eu sempre desconfiei que ela era hétero e naquele momento eu tive a minha confirmação.

Eu nunca iria falar que estava gostando dela, eu não queria trazer mais problemas do que ela já tinha então eu fiquei na minha.

- Você já falou isso pra ele? - perguntei.

- Ainda não. - ela disse e ficou em silêncio por um tempo.

- E você e Enzo o que tá rolando? - ela perguntou.

- Eu e o seu irmão? Nada a gente é só amigo. - falei.

- Achei que vocês estivessem namorando.

- Se a gente tivesse namorando a primeira pessoa que eu iria contar era pra você. Você é a minha melhor amiga. - falei.

- Promete?

- Sempre. - falei. E ela assentiu.

O que era pra ter sido um dia lindo com sorvete e ver o pôr do sol se tornou uma tortura eu fiquei imaginando como seria para eu ver a pessoa que eu gosto beijando outra. Minha primeira vez foi com um garoto também no colegio interno, depois garota, mas eu nunca gostei de ninguém do jeito que eu estava gostando da Duda. Era totalmente diferente era um sentimento novo que me preenchia de uma maneira que eu não sabia explicar.

Na escola Duda começou a conversar mais seguido com Pedro e sempre me levava junto, era uma tortura, mas eu ia, pelo menos o irmão dela sempre estava junto e eu gostava de conversar com ele, era um cara legal.

Tínhamos prova de matemática e Duda me convidou para estudar na sua casa. Era a primeira vez que eu ia lá e assim que entrei me culpei mais ainda por ter ditos aquelas coisas horríveis pra ela na nossa primeira briga.

Ela colocou uma música pra tocar, segundo ela era a melhor forma de estudar matemática.

Duda estava quebrando a cabeça tentando resolver uma conta e eu fiquei observando a forma como ela mexia o lápis com a mão esquerda e coçava a cabeça tentando descobrir a resposta. Ela era LINDA. E ao fundo tava tocando Dengo da AnaVitória, foi uma música que nunca mais saiu da minha mente.

Não sei tia se você lembra, mas nós cinco jantamos juntos e depois nós três lavamos a louça. Eu adorava admirar a dinâmica e implicância dos dois irmãos, ficava pensando como seria ter irmãos.

No dia seguinte, a gente foi no jogo do pinga fogo e teve aquele temporal e a gente foi lá em casa trocar de roupa. Eu lembro de levar Duda até o meu quarto nós duas estávamos molhadas e eu comecei a tirar a roupa e incentivei que ela fizesse o mesmo para não ficar doente.

Eu não sei tia se foi coisa da minha cabeça ou se realmente aquilo aconteceu, mas por uma questão de milésimos de segundos eu vi ela me observando e embora ela tenha me dito que gostava de Pedro eu senti uma pontinha de esperança e aquilo me animou.

Depois disso teve o caso do pai dela dormindo na frente do apê que você levou para o hospital, nós três ficamos no apartamento trancados esperando por notícias. Enzo andava de um lado pro outro e eu fui tentar acalma-lo e senti o olhar de Duda sobre nós e sua cara fechada.

Quando você veio me buscar, depois de tudo ficar bem com o pai dela, eu pedi para ir no quarto de Duda pegar um livro emprestado, mas na verdade eu só queria entender o que estava acontecendo com ela.

- Tá tudo bem? - perguntei.

Ela deu de ombros.

E então eu a abracei, eu sei que ela estava lidando com coisas demais com relação ao seu pai, a família e eu não queria que ela pensasse que havia algo entre mim e Enzo porque não havia. Ela retribuiu o abraço.

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