Capítulo 9. I found love

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“O amor é uma grande casa que tem que ser construída por você. Ele pode sofrer com as tempestades, entretanto continua ali.” — Nicholas Sparks

[...]

Somos feitos de emoções. Movidos a sonhos e desejos. Amor.

Wednesday Addams

— O amor é o sentimento mais divino que existe. Ele tem várias formas e intensidades, mas poucos são capazes de sentir o verdadeiro e único amor. Aquele que é a junção de toda a sua forma em uma única união. O verdadeiro amor não é singular, ele é compartilhado. Mas não com qualquer pessoa, somente com aquele que realmente lhe pertence.
O verdadeiro amor não pode ser somente sentido, mas precisa ser vivido em todo seu esplendor.
Duas almas, dois corações destinados a se amarem por toda a eternidade. Mas nem todos tem a sorte de se encontrar e vivê-lo, pois ele é raro.

Amar e ser amado é o que buscamos, mas nem sempre encontramos. As barreiras são muitas, as vezes altas demais, fortes demais, densas demais, quase impenetráveis. Principalmente quando seu amor não segue as “regras da sociedade”. O preconceito por exemplo, ele pode lhe impedir de viver um amor de verdade por medo dos julgamentos, tanto da sociedade quanto divina, se você for religioso. Mas e se o grande pecado não for exatamente um pecado? E se foi tudo interpretado diferente? Em diferentes pontos de vista?

Isso é o verdadeiro amor. Amar e ser amado sem cor, sem religião, sem sexo, sem status, sem barreiras. Apenas compartilhar cada toque, cada sensação, cada sorriso, cada lágrima. Atravessar de mãos dadas cada barreira, apoiar e ser amparado, construir juntos cada dia como se fosse o último. Se dedicando ao outro sem pensar, cuidando e sendo cuidado, amando cada defeito e imperfeição para que os seus também sejam amados. Isso é o amor, a dedicação e cuidado constante. Requer paciência e respeito acima de tudo. E eu hoje posso dizer que encontrei o verdadeiro amor em sua forma divina, o meu filho.
E quem sabe eu encontre também o amor em outro coração também.

Olhei para o rosto sereno em minha frente.

— Como está, nuvenzinha? — a voz suave e conhecida da minha mãe interrompe meu monólogo diário.

— Esses enjôos estão me matando. — gemi em frustração e minha mãe sorri. — Mas tirando isso, estou bem. Acabei de vir da consulta, e por enquanto são só esses enjôos que me perturbam mesmo.

— Nos primeiros meses é assim mesmo, depois passa. Eu sofri muito com você também. Tinha que andar com saquinhos por todo lugar. Era nojento.

— Vamos mudar de assunto senão vou ter que correr para o banheiro de novo. — disse já sentindo o estômago embrulhar novamente.

— Você deveria ficar em casa, Wednesday. Já está a mais de um mês aqui nesse hospital ao lado de Enid. Eu já disse que quando ela acordar eu te aviso, você não pode ficar nesse sofá tanto tempo assim. Está praticamente morando nesse quarto.

— Eu não quero deixá-la sozinha, mama. E também quero estar aqui quando ela acordar, quero que ela veja que não me afastei dela e nunca irei.

— Eu entendo, filha. Mas não é bom você ficar tanto tempo assim aqui no seu estado. — eu ia retrucar quando minha mãe continuou. — Mas eu vim aqui para falar de outra coisa... Acabei de vir da assistência social.

Meus olhos brilharam quando minha mãe terminou sua frase e apertei a mão de Enid mesmo sabendo que ela não ia corresponder. Me acostumei com o contato de sua pele na minha. Às vezes me pego segurando sua mão e fazendo carinho na mesma sem perceber enquanto leio um livro ou assisto TV.

— Os Sinclair aceitaram minha proposta finalmente. Quando Enid acordar ela não irá mais precisar voltar para aquela casa, ela vai para a nossa. Tenho a guarda dela, agora ela já é da família, filha. Embora ela já seria de qualquer jeito, né? — disse piscando pra mim e me fazendo corar fortemente.

Se eu não tivesse você - Wenclair | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora