Capítulo 8. Back to me

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Narrador

O cérebro humano é considerado a máquina perfeita. Nada é tão complexo e fascinante quanto nosso cérebro. Nada se compara, e nada é tão poderoso quanto.

Mas ele também pode ser o mais destrutível possível. Nossa mente nos controla, literalmente, tudo em nossa vida. Nossos dias, nossos momentos, dependem dele.

Se alguém nos elogia, nossa mente nos enche de altoestima. Mas se nos magoam, humilham, isso fica gravado como tatuagem e se repetindo constantemente, nos torturando. E isso é pior.
Parece que somos programados a guardar aquilo que não devemos e nos ferir seguidas vezes, pois as palavras tem tanto poder de fogo como uma arma.
Violência verbal é tão mortal quanto violência física, pois pode causar uma depressão que ao se aprofundar causa um abismo sem fundo e sem volta, onde a dor é tão insuportável que nos faz desistir do presente mais divino que Deus nos deu. E cometer o pior dos pecados: Tirar nossa própria vida.

Nossos pensamentos nos moldam sem que percebemos. Controlam nossa personalidade. Podem nos exaltar ou nos derrubar.

[...]

— Ela está tendo uma parada cardíaca. — gritou Mortícia enquanto seguia a maca em que Enid se encontrava. E antes que percebesse, uma enfermeira gritou atrás de si.

— Peguem outra maca! Wednesday desmaiou.

Assim que se virou, Mortícia viu sua filha caída no chão inconsciente, mas não poderia socorrer sua menina pois tinha Enid com uma parada cardíaca sob sua responsabilidade.

— Pode ir para a cirurgia, doutora Addams. Eu atendo sua filha e a mantenho informada. — disse outra médica, amiga de Mortícia.

— Obrigada, doutora Carpenter. Ela está no início de gravidez, mande notícias assim que possível.

E assim seguiu para a cirurgia.

1 hora depois...

Wednesday Addams

Abri meus olhos lentamente. Estava tudo confuso. O branco do quarto, o barulho de bip soando no silêncio, e flashes passando rápido em minha mente. Então eu lembro do colorido.

— Enid!!! — grito me sentando bruscamente e sinto a cabeça latejar e uma fisgada em meu braço, e quando olho, uma agulha está nele acompanhada de um soro ao lado da cama.

— Hey, bela adormecida. Calma. — de repente vejo meu pai ao meu lado buscando minha mão e deixando um beijo na minha testa. — Você nos deu um baita susto, viu?

— Desculpa, papa. Mas eu estou bem. Eu preciso saber notícias de Enid. — disse tentando me levantar, mas fui impedida pelo braço do meu pai.

— Eu soube o que aconteceu com sua amiga, e sinto muito... — quando as últimas palavras saíram da boca do meu pai eu já senti um forte aperto em meu peito e meus olhos marejaram. Será que ela... não! Por favor, ela não pode ir assim. E percebendo meu estado, meu pai continuou a falar: — Minha pequena tormenta... calma! Ela ainda está em cirurgia com sua mãe. Parece que ainda vai demorar um pouco. — ele suspirou, mas eu não consegui me acalmar sem saber se ela estava bem. Senti uma tontura e me deitei novamente fechando os olhos e a primeira imagem que veio em minha cabeça foi de Enid me olhando timidamente. — Você tem que se cuidar, carinõ. Você está grávida e por mais que esteja preocupada com sua amiga, tem que pensar em seu filho agora.

Ele estava certo. Eu tinha que pensar em meu bebê também. Mas me preocupar com Enid era mais forte do que eu. Como se estivéssemos ligadas e ela sempre me puxando para si. Eu só espero poder puxá-la de volta para mim também.
Que ela volte. Volte para mim.

Se eu não tivesse você - Wenclair | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora