Hold Me Tight

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Baekhyun estava radiante, belo, quem o visse nunca diria que ele passara o cio sozinho e ele realmente não passou; mas, como o esperado, Joohyun era as últimas apostas para ser quem passou o cio com ele, então ele estava bem tranquilo.

Exceto pelo fato que ele ouviu alguns dos servos — mais especificamente Sehun — falando com Joohyun sobre ter visto os recém-casados tomando banho no rio no que parecia ser algo bem íntimo. Mal sabia ele que Sehun por parte estava certo, os dois estavam mesmo no rio, mas o casal que ele viu foi outro — ele não conseguiu reconhecer o cheiro por estar uma distância considerável, mas tinha certeza que vira um alfa e um ômega no rio.

Afim de tirar suas dúvidas, Baekhyun solicitou acesso ao aposento do príncipe, mas não obteve resposta, nem de um não, nada. Então entrou no cômodo sem permissão e encontrou-o vazio, o relato do beta estava certo.

Ele ficou lá esperando o casal voltar, não comeu ou bebeu, apenas ficou parado sentado no futon e olhando para a porta de acesso, sentindo uma raiva descomunal juntamente com uma mistura de ciúmes e inveja; ele estava há onze anos acompanhando o príncipe e não teve nem metade do que Jungkook — que apareceu de surpresa e não tinha nem metade da idade que Baekhyun dedicou a Seokjin — estava recebendo com algumas semanas.

Sentia-se enganado, Seokjin garantira que Jungkook não era uma ameaça ao seu estado de concubino, mas tudo estava se mostrando diferente. Se Jungkook realmente estava se envolvendo com o príncipe herdeiro mais velho, a situação de Baekhyun era certa: ele voltaria para as mazelas da sociedade.

Ser concubino era vantajoso, ele possuía a mesma relevância que nobres e membros da família real, não podendo se sobressair a mesma.  No caso de Baekhyun, como Seokjin possuía um hanok para chamar de seu, ele era o terceiro na hierarquia, ficando atrás somente do príncipe — o primeiro — e o comandante da guarda designado para o local: Jung Hoseok, o hwarang do príncipe. Como Seokjin não possuía criado por ser um alfa, ele tinha seu concubino para substituir essa posição — podendo ter a quantidade que quisesse e de preferência ômega, exceções para alguns betas, mas isso iria da escolha do príncipe. Candidatos a concubinos eram filhos ômegas de servos ou guardas reais, eles não eram nobreza, mas viviam nela, basicamente a casta mais baixa na alta sociedade; a condição de concubino e servo eram hereditárias e, no caso de servos, poderiam haver agregações se a pessoa se mostrasse confiável.

A desvantagem de ser um concubino era que praticamente era um objeto sexual, poderia fazer diversas coisa que fosse interessante, mas  sua verdadeira função era servir seu "dono" nos cios e gerar herdeiros que ganhariam vantagens na corte, mas não seriam considerados candidatos ao trono, apenas aqueles gerados pelo casamento.

Todavia, graças a boa educação dada pela rainha, os três príncipes não tinham aquela imagem dos concubinos, não os obrigava a passar o cio — no caso dos alfas — com eles, mas acabavam passando eventualmente por escolha dos próprios concubinos. E foi isso que fez Baekhyun se encantar por Seokjin; claro que havia seus outros interesses, mas ele possuía sim um sentimento pelo príncipe. O problema era a renomeação de concubinos, Seokjin não era casado quando Baekhyun foi "escolhido" — leia-se designado—, então ele deveria passar por uma nova nomeação já no casamento, mas, como foi tudo de última hora e só poderia ser feito depois da marca, a data mudou para o dia da coroação que ocorreria no dia do trigésimo ciclo lunar do príncipe — seus trinta anos.

Caso um concubino não fosse renomeado ele voltaria para a família que veio e receberia uma compensação pelas luas servidas. Entretanto, Baekhyun não vinha de uma família de servos ou de outros concubinos, ele vinha de fora da corte, da população, viveu boa parte de sua vida no mínimo que possuía, contando os grãos de arroz para comer, criado em uma casa de kisaengs (prostíbulos) e passando por diversos perrengues com alfas e betas que achavam que ele era um objeto, mesmo com toda a proteção que a rainha dera para ele todos os anos anteriores a sua designação.