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— O quê está fazendo aqui?

Jungkook estava nervoso, pela reação de Seokjin — que sempre mostrava-se uma pessoa paciente e calma — podia perceber que não era para ele estar ali naquele lugar. Ficou sem o que dizer, quase em pânico, com medo que o príncipe gritasse consigo, por mais que achasse, lá no fundo, que ele não iria fazer isso.

Seokjin deu um passo a frente e Jungkook voltou a realidade, precisava responde-lo.

— Eu me perdi! — inventou uma desculpa. — Ainda estou me acostumando com o lugar, achei que aqui fosse a sala de artes.

Esperava que o príncipe acreditasse em sua desculpa e, para sua felicidade, ele acreditou. Apenas do hanok não ser tão grande, poderia ser confuso para novatos.

— Certo. — Seokjin ainda estava irritado com a presença do outro naquele cômodo que deveria ser privativo, mas compreendia sua situação. — Só... não venha aqui de novo, entendido? — perguntou de maneira mais calma, tentando soar amigável.

Jungkook assentiu e deu uma última olhada naquele rosto enigmático da pintura. Queria perguntar quem era, estava curioso, mas não era o momento ideal e, para Seokjin não querer que ninguém entrasse ali, parecia ser — era — algo bem pessoal.

Fez uma breve reverência que não era necessária por eles serem casados, mas queria manter a formalidade. Saiu do cômodo passando por Seokjin que ficou por ali. Quando Jungkook saiu, o príncipe suspirou pesado, aliviado que o ômega não fez perguntas sobre a pintura. Pegou o que queria e saiu do cômodo em seguida, fechando a porta e indo para o encontro com Hoseok.

Enquanto caminhava pelos corredores do hanok de volta aos aposentos, Jungkook ponderou sobre a pintura e suas possíveis conexões com Seokjin. Seria um retrato antigo de algum ancestral da família real? Ou talvez uma representação artística de um evento importante? Ele decidiu que, em algum momento, buscaria informações sobre aquela pintura.

Ao chegar em seus aposentos, Jungkook encontrou Jimin sentado em uma cadeira próxima à janela, olhando para fora, era sinal de que Hoseok já fora para seus compromissos no hanok. Jimin estava perdido nos próprios pensamentos pensando sobre o irmão de Jungkook que só percebeu sua presença quando ele resmungou:

— Isso foi muito estranho... por que ele não quer que eu entre lá? Quem era aquele na pintura? — suspirou pensando alto, sentando-se em seu futon.

O criado virou o rosto para olhar Jungkook, preocupado.

— O que aconteceu? O senhor está bem?

— Estou. — poderia completar com "curioso", o tempo livre também não o ajudava. — Jimin, você acha que o príncipe tem uma pessoa especial?

Jimin franziu o cenho, pensativo. Ele lembrou das histórias que ouviu de outros servos sobre uma pessoa muito especial para o príncipe, alguém que deixara máculas nele e agora não estava mais presente. Lembrou também de ter ouvido coisas como "nunca imaginei que o príncipe Kim se casaria depois do que aconteceu", "espero que seu esposo tire suas mágoas". Só que Jimin não sabia muito, ele não perguntava, somente interceptava algumas conversas

— Todos temos, não?

Jungkook ponderou sobre a resposta de Jimin. Era verdade que todos tinham pessoas especiais em suas vidas, mas ele se referia a alguém além de amizades comuns. Alguém que pudesse ser mais do que um amigo ou um confidente.

— Digo de forma mais amorosa. — gesticulou — Quando Seokjin conversou comigo naquela noite, ele disse umas coisas como se ele já tivesse perdido alguém... Quem seria...? — comprimiu os lábios e balançou os olhos, pensando.

Hold Me TightOnde histórias criam vida. Descubra agora