Prólogo.

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— A guarda legal e custódia de Tsukishima Sayuri e de Tsukishima Katsuo são agora, sob o tribunal federal do Japão, conforme ao testamento de Tsukishima Akiteru, é concedida à Tsukishima Kei que tem a total permissão para se mudar para sua cidade natal com a criança. — O juiz batera o martelo, concluindo assim, o caso de dois meses no qual agora duas vidas seriam completamente mudadas.

   Com todo o tribunal praticamente vazio, a pequena garotinha atravessou correndo o espaço, desesperada, até se jogar nos braços de Kei. Ele ficou incrédulo por um momento, mas engoliu em seco e a acolheu em seus braços, oferecendo-lhe conforto. Ao mesmo tempo, a assistente social se aproximava com Katsuo em seus braços, agarrado ao pescoço dela. Com um sorriso gentil, ela tentou transmitir apoio a Kei, entregando-lhe os pertences das duas crianças.

— Sr.Kei, é muito honroso da sua parte fazer isso com tão pouca idade. Akiteru estaria orgulhoso. — A mulher de longos cabelos negros elogiou.

— Obrigado, Kobayashi-san. — Foi tudo o que Tsukishima conseguiu dizer, ainda em choque com tudo o que estava acontecendo.

    Com um esforço suave, a assistente social entregou o menino relutante nos braços de Kei. O garotinho resistiu no início, mas acabou cedendo, aceitando a presença reconfortante de Kei. Juntos, eles caminharam pelos corredores do tribunal, Kei segurando os dois pequenos em seus braços, em direção ao estacionamento para retornar ao lar. Nesse momento, Tsukishima sentiu uma mistura de emoções turbulentas. Ainda parecia surreal que agora ele fosse o guardião dessas crianças, ele que as viu crescer. Era uma realidade assustadora e devastadora para ele. Além de perder seu amado irmão, agora ele era o alicerce da vida de Sayuri e Katsuo. Os dois pequenos, sofrendo ainda mais com a perda do pai, após já terem perdido a mãe.

— Tio Kei... Isso significa que agora eu sou a sua filha? — Enquanto caminhava dentre os demais carros a procura do seu, Tsukishima escutou a voz fina e infantil da pequena garota em seus braços chamar-lhe a atenção.

— Sim... Sinto muito pelo seu pai, sei que nunca irei substituí-lo, mas vocês podem confiar em mim agora. — Tsukishima murmurou, com um sorriso amigável para confortar a garota.

— Eu confio em você... O papai confiava, então eu não tenho medo. — Sayuri disse, limpando as lágrimas que corriam pelas suas bochechas.

   Tsukishima sorriu.

— É claro que não tem. — Ele comentou. — Muito bem, chegamos no carro, vou colocar vocês na cadeirinha e nós iremos para casa, está bem? Eu moro em Sendai, vocês conhecem, não é? Posso levar vocês para lá? — A garota concordou, enquanto o garoto apenas assentiu calado. Tsukishima riu abafado, era engraçado ver que ele estava pedindo permissão para duas crianças de sete anos.

   Com todo cuidado e atenção, Tsukishima abriu a porta do carro, delicadamente acomodando os pequenos Sayuri e Katsuo no banco traseiro. Com mãos habilidosas, ajustou os cintos de segurança dos dois, garantindo sua segurança durante a viagem. Uma vez satisfeito com a proteção fornecida, ele se dirigiu à parte da frente do veículo, sentindo o frio metal das chaves em sua mão. Com um movimento suave, girou a chave na ignição, fazendo o motor ronronar à vida. Aos poucos, a atmosfera do veículo se encheu do som típico do motor e das batidas compassadas dos pneus contra o asfalto, enquanto Tsukishima dava partida em direção à sua amada cidade. Antes de partir, ele cuidadosamente guardou as mochilas das crianças no porta-malas, garantindo que todos os pertences estivessem acomodados de maneira organizada e segura. Uma vez a estrada estendendo-se à sua frente, Tsukishima seguiu adiante com uma mistura de determinação e ternura, consciente de que essa era mais uma etapa na sua jornada de guardião dos pequenos.

    O olhar de Tsukishima se fixou no visor do rádio do carro, notando com uma pontada de preocupação que já se passavam das dez e meia da manhã. Ele estava uma hora atrasado para o treino de hoje, uma falta imperdoável que deixaria o treinador Nishikawa furioso. A angústia aumentava no peito de Tsukishima ao pensar na necessidade de ligar para o treinador e explicar o motivo de sua ausência repentina. Era crucial que ele contasse o que estava acontecendo antes que Nishikawa descobrisse por terceiros, pois isso poderia abalar a confiança que o treinador depositava nele. No entanto, uma sombra de dúvida pairava: será que ele conseguiria comparecer ao treino hoje, agora que era o guardião das crianças? As responsabilidades recém-adquiridas exigiam uma dose extra de organização e planejamento, o que poderia tornar extremamente desafiador cumprir suas obrigações no clube.

𝐅𝐎𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑 & 𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 • KuroTsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora