Capítulo 7

906 38 0
                                    

Laura narrando.

O plantão está sendo puxado e eu ainda tive que ficar no plantão de outro colega por causa de um problema pessoal que ele teve, então provavelmente só vou sair amanhã.

Chegou a hora de ver a situação dos pacientes e avaliar se já podem receber visitas. Assim que chego no quarto do senhor Fontes, o brutamontes do Pedro ficou me encarando de longe enquanto eu entrava, dei minha boa rabissaca e fui ver a situação do velho.

Laura: Tudo bem senhor Fontes?

Ele já saiu da anestesia e está reagindo bem à medicação.

Laura: O senhor é duro na queda em?

Fontes: É, sou um pouquinho. Cadê meus meninos? Posso ver eles?

Laura: Se o senhor não fizer muito esforço, pode.

Fontes: Tá bom, vou fazer não!

Laura: Denise, fica de olho tá?

Denise: Sim senhora.

Eu saio e vou até os rapazes, respiro bem fundo e entro no personagem.

Laura: Podem entrar, mas, não forcem muito a voz do pai de vocês. É pelo bem dele.

Luis: Tá bom, obrigada Laura.

Eu deixei eles com a Denise e fui olhar os  outros pacientes, depois voltei para a minha sala, apaguei um pouquinho a luz da sala deixando meia luz e fechei os olhos para sossegar a mente.

Mas não tem como sossegar quando se tem um ogro dentro do hospital, escuto a porta sendo aberta e trancada ao mesmo tempo.

Olho em direção a mesma e lá estava o ogro furioso vindo em minha direção.

Laura : O que foi agora?

Pedro H: Quero meu pai repousando em casa.

Laura: Ele não pode sair agora.

Falo em um tom calmo e debochado. Ligo as luzes e peço para ele destrancar a porta.

Laura: Destranca essa porta e saia.

Pedro H: Quando acaba o seu plantão?

Laura: Amanhã, mas não adianta pedir ao outro médico, pois eu que vou assinar a alta dele.

Pedro H: você gosta de tornar as coisas mais difíceis, já percebeu?

Vou até a porta para abrir a mesma e peço para ele sair. Procuro a chave e quando vejo está nas mãos dele.

Laura: Me dá?

Pedro: Vem pegar

Laura: Pedro Henrique!!

Pedro: Assina a alta dele então.

Laura: Você quer matar o seu pai?

Pedro: Não, mas vou me sentir melhor com ele lá na fazenda com a gente.

Laura: Vai insistir?

Eu vou até a minha gaveta e pego meu chicote, ele me olha assustado e manda eu baixar as mãos, mas eu não obedeço.

Laura: A chave, aqui nas minhas mãos!

Eu levantei a minha mão com o chicote e ele me puxa pela cintura me encostando na porta e toma o chicote das minhas mãos e joga no chão, me encarou e eu tentei empurrar ele, mas ele me apertou com mais força.

Laura: Para, eu vou gritar.

Pedro: Grita, grita bem alto.

Eu abro a boca para gritar quando o Lucas me beijou calando minha boca e me tirando o fôlego, enquanto uma mão me prendia pelo cintura a outra estava agarrada na minha nuca, uma pegada que eu nunca tive o prazer de sentir antes e um beijo quente e envolvente, sua língua invadiu minha boca de uma forma gostosa, mas eu precisei reagir para não dar cabimento a esse tipo de acontecimento. Comecei a arranhar ele enquanto tentava empurrar ele mas ele só me soltou porque já estava sem fôlego e eu acertei um tapa forte na sua cara marcando ele com minhas unhas.

Laura: Pedro Henrique, você enlouqueceu?

Pedro H: Não posso te bater e se eu te chingo não serve de nada, beijei mesmo pra você aprender.

Ele abriu a porta afobado e sem graça e eu voltei para a minha cadeira tentando recuperar meu fôlego. O que aconteceu aqui mesmo?! Fiquei horas tentando raciocinar e vez ou outra, vinha o flashback do beijo e da pegada e minha cabeça e meu corpo subiam um calor sem explicação.

O filho do fazendeiro e a moça do campo.Onde histórias criam vida. Descubra agora