𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗢

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Correr ou Morrer.

1996

Eu estava no meu quarto, irritada por ter sido proibida de ir pra corrida do meu pai. Mia também estava comigo, ela não fazia questão de ir, não era a praia dela, então ela ficou feliz em ficar de babá pra mim.

Mia e eu sempre fomos muito diferentes. Ela sempre foi mais tranquila, ela era doce, gentil e meiga. Já eu, sempre fui mais ousada, teimosa e até um pouco arrogante.

Eu era a caçula da família Toretto. Ser daquela família era uma honra pra mim, eu amava minha vida. E como uma boa Toretto, eu sempre fui apaixonada por carros, então ser proibida de ir a corrida do meu próprio pai foi horrível pra mim.

Meu pai e meus irmãos diziam que era por conta de eu ser muito nova, mas Jakob não era muito mais velho que eu, tínhamos apenas três anos de diferença.

Mas mesmo assim, agora eu estava trancada no meu quarto de cara feia, encarando o teto enquanto Jakob estava na corrida do papai.

Jakob era pra mim o que Dom era pra Mia. Nós todos nos amávamos igualmente, mas tínhamos nossas duplas; e Jakob era a minha. Não havia ninguém que eu amasse mais no mundo do que meu irmão.

Levantei da cama bufando. Estava com fome. Abri a porta e desci as escadas em passos duros, mas parei assim que ouvi Mia em uma ligação de telefone.

A voz da minha irmã parecia tensa, quebrada. Ela parecia estar em choque, sua voz era de choro. Corri até a cozinha dando de cara com a mesma, que tinha os olhos avermelhados de lágrimas assim como a ponta de seu nariz.

Assim que ela me viu, não conseguiu conter suas lágrimas. Eu não estava entendendo. O que havia acontecido pra deixá-la assim?

— O que houve, Mia? — pergunto me aproximando preocupada e ela desliga o telefone com a mão no peito e uma tampando a boca.

— O papai... — ela mal consegue dizer, os soluços a atrapalhando — Lia, o papai se foi. — ela dizia sentada no chão de forma dramática enquanto suas lágrimas escorriam descontroladamente.

O que?

— Como assim "o papai se foi", Mia? — pergunto entrando em pânico — Ele morreu? — pergunto sentindo meu estômago embrulhar e meus olhos inundarem.

Não recebo uma resposta dita, apenas um aceno de cabeça.

Meus joelhos fraquejaram e eu caí ali mesmo, ao lado da minha irmã. As lágrimas começaram a rolar intensamente em meu rosto. Mia me abraçou forte e nós choramos juntas.

Como podia meu pai, Jack Toretto ter morrido? Não fazia sentido! Não podia ser! Como isso aconteceu?

Eu sentia meu corpo anestesiado, a dor da perda sendo a única sensação presente. Me soltei de Mia que continuou chorando no chão e corri de volta ao meu quarto.

Sozinha e desolada eu gritei. Gritei de raiva, de ódio, de saudades e de dor. Eu mal sabia descrever o que eu estava sentindo. Porra, meu pai havia acabado de morrer!

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora