𝗫𝗜𝗜.

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Eu Sou o Problema.

   Faziam exatos dois meses desde o nascimento de Jack — desde que eu percebi que estava me tornando algo que eu não queria, vivendo uma vida na qual eu não me encaixava.

   Eu estava dando o meu máximo para Tej não perceber como eu me sentia, procurando uma forma de tentar contar, resolver ou sei lá.

   A culpa ao olhá-lo me consumia. Eu não conseguia olhar para Tej sem me odiar pelo como me sentia. Olhar para ele era um lembrete diário e inconsciente de que eu estava insatisfeita com tudo ao meu redor.

   Meses atrás isso parecia ser tudo o que eu poderia desejar, mas eu estava completamente errada.

   A frase de Dom balançou minha cabeça de um modo que fez minha vida toda virar de ponta cabeça.

   "Lembra que na hora que você entrar, tudo vai mudar. A nossa vida de antes acabou."

   Brian e Mia tinham um filho agora.

   Eu era madrinha agora.

   Mas eu ainda era a mesma mulher de antes. Eu ainda tinha a mesma necessidade e desejo de adrenalina.

   Eu ainda queria minha vida de antes.

   A cada segundo esses pensamentos me torturavam. Eu me sentia uma covarde e sabia que era uma. Nenhuma mulher descente faria o que eu estou fazendo, empurrando essa situação com a barriga.

   Deus, eu amava Tej, mas eu odiava cada segundo sem sentir meu sangue queimando com a adrenalina que os motores e as balas me proporcionavam.

   Alguns dias eram difíceis de diferenciar se eu só era uma covarde, babaca ou se Tej realmente não era meu par ideal.

   Pensando nisso percebi que a primeira opção era mais coerente. Mas talvez Tej também não fosse pra mim. Ele era muito oposto a mim.

   Até que o momento chegou.

— Tej. — o chamo e ele me olha — Preciso conversar com você.

   Ao dizer essas palavras ele me olha confuso.

   Tej não era idiota, sabia que eu não estava agindo como a um mês atrás e sabia que tinha algo errado comigo, só não sabia o que.

— Pode falar, amor. — ele sorri gentil e se vira pra mim no sofá, pousando sua mão em minha coxa.

   Senti meus olhos marejarem e minha garganta arder.

— Eu preciso de um tempo. — digo e ele franze o cenho, sem entender onde eu queria chegar — Eu preciso ir embora daqui, pra longe disso tudo.

— Como assim, Li? O que houve? — ele pergunta chateado.

— Eu quero dar um tempo, pra eu me entender. — digo e ele nega ainda sem entender — Amor, você e eu estamos em momentos diferentes. Você é pura paz enquanto eu preciso do caos que não temos aqui.

— A gente resolve, não precisa de tempo! A gente muda isso agora mesmo. — ele diz e eu nego.

— Eu tô me sentindo sufocada aqui dentro. Não por você, mas por mim. — digo e vejo a tristeza em seus olhos.

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora