𝗫𝗫𝗩𝗜𝗜𝗜.

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Abu Dhabi

   Eu dirigia uma Lamborghini Veneno Roadster vermelha, o vento batia contra mim e bagunçava meus cabelos, me refrescando do calor escaldante de Abu Dhabi.

   Chegamos pela manhã, Sr. Ninguém nos colocou no melhor hotel da cidade, no centro, perto de tudo. Ali o luxo era cotidiano, tudo parecia ouro naquele lugar.

   Não falei com Tej desde a nossa pequena conversa no avião a algumas horas, não sabia o que falar, não tinha o que falar. Eu estava sendo boba. Eu mesma tinha decidido não ter nada sério com ele e estava com ciúmes por ele flertar com outra? Eu não tinha esse direito.

   E sejamos sinceros, ele merece alguém melhor que eu. Alguém que esteja na mesma página que ele. Alguém que esteja na mesma sintonia, na mesma intensidade, na mesma intensão. E esse alguém não era eu.

   O melhor que eu podia fazer era liberta-lo de mim, de novo.

   Doa o que tiver que doer, mas que doa em mim e não nele.

   Estacionamos todos um ao lado do outro, nos olhamos com orgulho e satisfação. Em que mundo nos imaginaríamos aqui? Independente da situação.

   De longe, vi Tej olhando Ramsey, que saia do carro de Dom. Suspirei. Eu tinha que deixá-lo ir.

— Lia. — Letty me chama, me encarando curiosa e eu saio dos meus pensamentos, seguindo os outros.

   Depois de fazermos nossos check-in's, Ramsey disse que seu amigo que portava o Olho de Deus chegaria em algumas horas, então decidimos aproveitar o que Abu Dhabi tinha pra nos oferecer.

   Subi para o meu quarto, admirada com a quantidade de ouro e mármore que eu via por metro quadrado, andava tão distraída que nem percebi quando Ramsey parou ao meu lado pra esperar o elevador.

— O que? — perguntei ao ver seu olhar percorrer os hematomas espalhados pelo meu corpo.

— O que houve com você? — ela pergunta engolindo em seco, claramente envergonhada de ter sido pega me encarando.

   Respiro fundo e encaro a parede, fazendo força pra não deixar as lágrimas virem a superfície dos meus olhos.

— Um acidente de carro. — respondo simples, tentando não parecer grosseira.

   Apesar das circunstâncias — Tej — eu não a odiava, nem tinha motivos pra isso. Ela parecia ser uma garota legal, doce e gentil. Era uma vítima tanto quanto eu. E ela era linda, inegavelmente deslumbrante. Tej merecia alguém assim. Eu só precisava lidar com o meu ego e seguir em frente.

— Sinto muito. — ela diz baixando a cabeça e o elevador se abre.

   Deixo-a entrar primeiro e depois a sigo. Aqueles segundos em silêncio foram ensurdecedores, torturantes. Será que ela também sentia atração pelo Tej? O que ela achava dele?

   Antes que eu pudesse agir no impulso e fazer alguma pergunta idiota, o elevador se abriu e, rapidamente, eu saí dali.

   Entrei no meu quarto e fechei a porta atrás de mim, me encostando nela e respirando fundo enquanto apertava meus olhos com força.

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora