𝗫𝗟𝗜𝗜.

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Praia no Sul.

Os homens do Senhor Ninguém chegaram mais ou menos na hora do almoço. Nos levaram pra base mais próxima e disseram que o mais velho estaria nos esperando lá.

Me mantive em silêncio o dia todo. Não conseguia tirar o beijo da cabeça e tinha medo que se ficasse muito próxima dele, fizesse alguma coisa que eu com certeza ia me arrepender depois.

Eu não podia ficar com Shaw. Ele representava muita coisa ruim pra mim. Além de ter tentado matar Han, eu e toda a minha família, ele era irmão de Owen. Nosso beijo foi um erro que não seria mais repetido.

Não me deixaria fazer isso. Até eu tinha meus limites.

Ao chegar na base, Senhor Ninguém estava parado na pista de pouso. Corri e o abracei com força.

— Tá tudo bem, menina. — ele diz calmo me abraçando.

Deixei as lágrimas rolarem e o mais velho me abraçou como um pai abraça sua filha.

— Tem alguém esperando você. — ele diz e eu me afasto.

Ele me oferece seu braço e me guia pra dentro. Olho pra trás, vendo Shaw e ele assente com um sorriso fraco.

Assim que a porta do elevador se abre, vejo minha família toda me esperando. Sorrio e corro até eles.

— Nunca mais faça isso. — Dom diz me abraçando forte — Achei que tinha perdido você.

Eu não tinha certeza se eu estava chorando mais por arrependimento, saudade, culpa, medo ou sei lá. Eu só sabia que precisava deixar tudo isso sair.

— Tá tudo bem agora. — digo sorrindo — Eu tinha tudo sob controle.

— Tinha mesmo? — Senhor Ninguém brinca — Vou liberar Shaw.

Ele diz e eu sinto um aperto no peito e na garganta.

— Onde ele tá? — pergunto.

— Lá embaixo. — ele diz e eu assinto.

— Já volto. — digo saindo em direção ao elevador.

   Vou para o último andar e o vejo sozinho ali, parado em frente a um carro esportivo.

— Senhor Ninguém é bem generoso. — ele diz se virando pra mim e eu sorrio.

— Ele é. — sorrio fraco — E aí?

— O que? — ele pergunta se apoiando no capo.

— Estamos bem, né? — pergunto e ele assente.

— Claro que sim. — ele diz e eu sinto a mentira de longe.

— Que bom. — sorrio fraco, sem graça e sem saber muito bem o que dizer ou fazer.

   Ficamos alguns bons segundos em silêncio, cada um encarando um canto diferente da sala. O clima era estranho e nós dois sabíamos bem o motivo. Suspirei e o encarei, atraindo seu olhar pra mim.

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora