𝗫𝗫𝗫𝗩𝗜𝗜𝗜.

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Tudo Pode Piorar.

Acordei com a cabeça doendo e um zumbido no meu ouvido. Estava deitada na minha cama com o quarto escuro e a porta aberta. Acendi o abajur e vi um copo de água ao lado de um remédio.

Tomei rapidamente e me sentei sentindo a tontura me pegar. Apoiei minha cabeça nas mãos e apertei os olhos. O zumbido começou a desaparecer, mas a dor aguda ainda não.

Meu peito doía por uma razão diferente. Não estava preparada pra ver o que vi. Não esperava ter visto aquilo, na verdade.

Agora eu entendia o porquê de Shaw ter feito o que fez. Eu não simpatizava. Mas entendia seus motivos. Eu teria feito o mesmo. Eu fiz o mesmo.

Me levantei com cuidado e fui até a sala, encontrando Shaw sentado no sofá despreocupadamente. Ao me ver fez menção de levantar, mas não o fez.

— O que houve? — pergunto.

— Te acertaram na nuca. Tive que te dar pontos. — ele diz simples.

— Obrigada... — digo e ele assente.

Pensei em me desculpar pelo que havia acontecido com Owen, mas no fundo eu sabia que ele tinha merecido.

— De nada. — ele responde voltando a olhar a televisão.

Olhei pela janela e reparei que já era noite. Minha barriga roncou e eu xinguei.

— Está com fome? — ele pergunta e eu assinto contrariada.

Shaw se levantou e saiu. Não perguntei pra onde ou se voltaria. Ele cumpriu sua parte do acordo, era livre pra ir embora se quisesse. E eu não dependia dele pra mais nada.

Decidi ir tomar um banho. A água fria batia contra a minha pele e a arrepiava. O resto de maquiagem descia com a água, manchando o chão de preto e bege. Mesmo preso as pontas do meu cabelo se molhavam.

Tomei cuidado com a minha nuca que ardia enquanto me ensaboava. Saiu do banheiro de toalha e fui pro quarto me trocar. Vesti a roupa mais confortável que eu tinha: uma regata branca de malha, calça moletom verde militar e meia.

Pendurei minha toalha no box e voltei pra sala com meu celular em mãos. Encarei as mensagens que havia recebido, mas não respondi nenhuma.

Encarei o teto lembrando dos poucos minutos que passei naquele quarto de hospital segurando a mão de Owen.

Era um alívio poder tocá-lo de verdade depois de anos pensando que ele havia morrido. Mas era uma merda ter que ser nessas condições.

No segundo seguinte a porta se abriu, revelando Shaw com algumas sacolas no colo. O olhei curiosa.

Por que ele ainda estava aqui?

Não trocamos nenhuma palavra. Ele foi em direção a cozinha e começou a separar o que usaria na bancada. Desviei minha atenção dele e coloquei meus fones novamente.

De olhos fechados eu parecia estar em outro mundo. Em uma vida melhor. Diferente.

Não sei quanto tempo havia se passado quando senti um cheiro magnífico vindo da cozinha. Abri meus olhos e assisti Shaw cozinhando de longe.

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora