𝗫𝗜𝗜𝗜.

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𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒

Owen G. Shaw.

Lia, onde você tá? Tej disse que você foi embora à semanas e não deu um sinal de vida. Mia e eu estamos preocupados. — ouço o recado de voz que Dom havia me deixado — Você está com Jacob? Por que foi embora? Tej te fez algo? O que aconteceu? Você tá bem? Essa já é a milésima mensagem que eu te deixo e você não responde... — ele suspira — Dá algum sinal de vida, irmãzinha.

   Em seguida ouço o "blip" do final da mensagem e desligo meu telefone.

   Eu estava a quase três meses em Londres. Estava vivendo exatamente como eu queria, com os carros e a adrenalina. Inevitavelmente, as vezes me pegava sentindo falta de um certo americano que eu deixei em Puerto Limón. Não estava pronta pra contar onde, com quem e porque não estava em casa, então simplesmente ignorava as caixas postais de Mia, Dom e Tej.

   Hoje era um desses dias no qual eu saía com Jacob pra beber, comer e jogar conversa fora. Eu usava um vestido cinza escuro, curto e colado, por cima um casaco preto e grosso, no meu pescoço uma echarpe também preta, nas pernas uma meia calça fina, uma bota preta cano longo até os joelhos, meus acessórios de prata, uma maquiagem leve no rosto com um batom vermelho carmim no lábios e na minha bolsa apenas o necessário.

   A noite estava cada vez mais fria, mas isso não nos impediria de ter nosso encontro semanal.

   No segundo seguinte ouvi minha campainha tocando.

— Já vou! — gritei do meu quarto, terminando de passar meu perfume depressa e indo até a sala.

   Me olhei uma última vez no grande espelho que eu tinha na sala e abri a porta.

— Vai começar a me arrumar problemas saindo assim. — Jacob reclama com deboche e eu sorrio, entendendo seu modo de elogiar.

— Obrigada. — sorrio e ele revira os olhos.

— Juro que se aquele babaca do bar estiver lá e, como sempre ficar te encarando, hoje ele não me escapa. — meu irmão revira os olhos e eu rio.

   Praticamente todas as vezes que fomos ao pub, esse homem misterioso — e, modéstia parte, muito charmoso — estava lá, me encarando com um sorrisinho cafajeste e fazendo Jacob fritar de ódio.

— Para com isso. — digo e ele nega.

— Você é outra que não sossega, fica sorrindo pra ele. — ele reclama.

— Que culpa eu tenho de ser bonita e ter pouca idade? — pergunto e ele revira os olhos, segurando a porta do elevador para mim.

— Lia, você já tem quase 30. — ele aponta e eu dou de ombros.

— Não fisicamente. — digo e ele nega bufando — E outra, que mal tem?

— Ele não me passa coisa boa. — ele diz e eu debocho.

— Isso é implicância sua. — aponto e ele da de ombros.

— Que seja, Lia.

— Seu ciúmes não mudou nadinha. — rio e ele força uma risada.

   Caminhamos até seu carro em silêncio. Estava convencida de que hoje era uma boa noite pra tomar uma iniciativa com o homem misterioso do pub.

   Qual é, eu era uma mulher solteira em Londres, ele era um homem bonito e provavelmente solteiro, também em Londres. Perguntar não arranca pedaço.

𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐀𝐑𝐌𝐒 | tej & owen shawOnde histórias criam vida. Descubra agora