20 │ 𝔬 𝔬́𝔡𝔦𝔬 𝔡𝔢 𝔲𝔪𝔞 𝔞𝔪𝔦𝔤𝔞

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"Do you like where you've been and where you're going to?"

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"Do you like where you've been and where you're going to?"

SWAN SONG

- Ok, não aguento mais fingir que nada está acontecendo.

Dahlia se encolheu toda ao ouvir o tom severo da amiga.

Havia sido convocada para uma conversa na casa da família Macedo – sim, convocada, pois a mensagem cheia de palavrões em seu celular nem de longe era um convite gentil.

Assim que ela passou da porta de entalhes antigos, foi apressadamente puxada para o quarto da menina – sendo até obrigada a negar, com muita dor, o café com biscoitos que dona Leandra oferecera.

- Do que você está falando, Aya? – abriu um sorrisinho nervoso.

- Pra cima de mim, vagabunda? – retrucou. – Se escondendo, me evitando, falando sozinha dentro do banheiro... Realmente quer que eu acredite que não tem nada acontecendo? Desse jeito, você até me ofende.

Dahlia soltou um longo suspiro em derrota.

- Eu... – esforçou-se para não gaguejar, visto que pretendia mentir pra amiga mais uma vez.

- Você teve uma crise de pânico dentro do banheiro?

Droga. Nitidamente, não ia conseguir. Era extremamente difícil mentir para Aya.

- Não, mas foi por pouco. – respirou profundamente, admitindo de uma vez. – Só não aconteceu porque... Kayta apareceu.

Ayana arqueou uma sobrancelha, em silêncio por um longo segundo.

- Como assim "apareceu"? Você... – piscou seguidas vezes, sem entender. – Dormiu no banheiro e sonhou com ele? Desculpa, eu não entendi muito bem direito...

- Não. Aya... Não foi aparição, nem sonhos, ele... – coçou a sobrancelha, buscando palavras, sem saber exatamente por onde começar. – Raquel me contou o que ele é.

- Ótimo. Finalmente, uma certeza. Me diga, que espécie de espírito obsessor seu namorado é?

- Ele não é meu namorado. – o rosto de Dahlia fervia, de irritação e constrangimento pelo sorrisinho de Ayana. – E ele também não é... Bom, ela me falou que ele é algo muito pior.

- O que pode ser pior do que uma alma errante te perturbando?

- Um demônio, por exemplo.

No segundo seguinte, ela se arrependeu de falar. Ela nem sabia se era o ideal contar essas coisas à Ayana. Talvez viver na ignorância pudesse conceder a sua amiga o benefício de se manter em paz e, principalmente, em segurança.

- Apenas... por exemplo, né? – a jovem indagou devagar.

Dahlia suspirou, seu longo segundo em pausa era uma resposta silenciosa que fez Aya arregalar os olhos, desacreditada.

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora