31 │ 𝔢𝔲 𝔳𝔦𝔳𝔬 𝔭𝔞𝔯𝔞 𝔰𝔢𝔯𝔳𝔦-𝔩𝔬

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"Ever since my baby went away, it's been the blackest day

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"Ever since my baby went away, it's been the blackest day."

THE BLACKEST DAY

Kayta sentiu alguma coisa em seu âmago congelar ao ouvir a palavra Doutrina. Os pelos de sua nuca se eriçaram em um instinto primitivo de perigo iminente. O chão sob seus pés parecia ter desaparecido, desmoronado, virado pó... ele estava em queda livre.

- Kayta. – preocupou-se o mais velho, tentando apartar a tempestade de emoções que o engolia.

Mas Kayta não reagiu. As palavras de Billy ecoavam no ar feito um cântico fúnebre, uma sentença de morte a qualquer vestígio de esperança que ele pudesse sentir – se é que um demônio era capaz disso.

- Kayta...

- Eles vão matá-la. – exprimiu num murmuro o real motivo de seu desespero.

Não era por si próprio que ele temia. Era por ela.

- Eles vão matá-la. – repetiu arfante, a voz sem forças, o olhar perdido carregado de angústia e raiva.

- Fica calmo...

- Não, porra, eles vão matá-la!

- Kayta, foco. – espalmou a mão sobre seu ombro, apertando-o com firmeza, obrigando Kayta a fita-lo. – Você não vai permitir.

Kayta encarou o fundo dos olhos escuros, convictos do que dizia, sentindo a confiança expressa no olhar de seu mentor. Soltou um suspiro lento, anuindo devagar.

Billy o soltou, mantendo o olhar cauteloso sobre ele.

- Eu acredito... que ela não corre nenhum risco.

Kayta riu com escárnio e exclamou num tom cínico:

- É a Doutrina!

- Tudo bem. – retrucou, sem se abalar. – A Doutrina nos caça. Os humanos, eles ignoram.

- O que não é o caso dela, já que estavam...

- A protegendo.

Um momento de silêncio pairou no ar. Kayta crispou os olhos, incomodado com a escolha peculiar da palavra.

- A aprisionando. – corrigiu num murmuro cortante.

- Kayta...

- A Doutrina não protege ninguém, a Doutrina mata.

 - O ponto é esse: ela continua viva, e com total capacidade de ir e vir. – Kayta ficou em silêncio, remoendo as palavras.

- Você acha... – engoliu em seco, hesitando. – Acha que ela..?

- É um deles? – soltou um ruído breve feito um riso sem humor. – Você claramente não está no seu normal...

- Isso é uma certeza, uma vez que sequer suspeitei dela em qualquer circunstância! Eu não estou conseguindo pensar direito, eu... – suspirou. – Eu nunca consigo pensar direito perto dela. – voltou-se para seu mentor, encarando-o com afinco. – Você precisa ser franco comigo agora...

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora