3 │ 𝔱𝔢𝔯𝔯𝔦𝔳𝔢𝔩𝔪𝔢𝔫𝔱𝔢 𝔭𝔯𝔞𝔷𝔢𝔯𝔬𝔰𝔬

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"So there's no need for us to hesitate

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"So there's no need for us to hesitate. We're all alone, let's take control."

LUST FOR LIFE

O coração de Dahlia deu um solavanco de tão disparado. Ela se viu incapaz de desviar os olhos do azul profundo que tingia as írises direcionadas a si de maneira tão intensa.

Os dedos longos ainda estavam bem rentes e firmes contra a sua boca, a impedindo de emitir sequer uma palavra. Ofegante e atordoada, ela tentava entender o que estava acontecendo. Não no entorno, mas dentro de si mesma. Já havia até esquecido da sensação de iminente perigo, aturdida demais diante do desejo inumano que a preenchia, direcionada ao rapaz que sequer conhecia.

Tão repentino, mas tão forte, como se já fizesse parte dela...

É um pesadelo... É apenas um pesadelo.

Precisava ser um pesadelo, porque ela mesmo não estava conseguindo... reprimir isso. Era inconcebível a forma como estava subjugada a uma vontade irreprimível de forma tão extrema, pura e súbita. Profundamente enfeitiçada.

E no entanto, sentia que era correspondida na mesma intensidade.

Principalmente quando ele aos poucos abrandou o aperto, lentamente libertando seus lábios, mas mantendo os dedos em seu rosto. Dahlia tentava, em vão, compassar a respiração ofegante, e seu coração contraiu no peito quando ele desviou o olhar de seus olhos... e encarou sua boca.

Naquela proximidade, era capaz de sentir com clareza o calor que emanava dele, que a envolvia numa nuvem quente e lânguida, enfeitiçando-a, dominando-a, mantendo-a atada a esse fascínio cego, mas tão poderoso.

Com o polegar, ele percorreu seu lábio superior, contornando o arco-do-cupido e descendo para o lábio inferior com uma delicadeza que parecia não pertencer a aquele rapaz. Dahlia sentia a pele formigar em cada ponto que ele tocava. Como uma carícia tão ínfima e latente era capaz de exercer uma sensação tão abrasiva?

O jardim de repente parecia pequeno.

Pequeno demais para aura de desejo mesclada que provinha dos dois.

Os dedos masculinos deslizaram por sob seu queixo, erguendo-o lentamente em direção a si e Dahlia arfou, seu coração disparando à medida em que a distância se findava entre os dois.

E então, suavemente, ele pressionou os lábios nos dela, tão de levinho que chegava a ser excruciante, e todo o entorno pareceu sumir...

Todo o tempo pareceu parar.

Ela sentiu a pele arrepiar dos pés à cabeça, o coração em êxtase, a onda fugaz surgindo em seu peito, uma centelha tão elétrica e forte que a fez suspirar contra a boca dele e, com um ofego, o agarrou pelo colarinho e o puxou contra si, ansiando por mais de seus lábios.

E o rapaz suspirou, extasiado.

Dahlia se arrepiou dos pés à cabeça quando, num impulso selvagem, a mão masculina a agarrou firme pelo pescoço. Seus lábios entreabriram, o gemido travou na garganta, e ele aproveitou a deixa para aprofundar o beijo de um jeito tão delicioso que a menina sentiu os joelhos fraquejarem.

Ela iria cair, ela iria ruir, o equilíbrio e a consciência pareciam conceitos distantes demais diante do êxtase que percorria seu corpo feito uma corrente elétrica. A língua macia reivindicava a sua, sorvendo-a com gosto enquanto ela saboreava cada pedacinho daquela boca perfeita, sentindo o corpo inteiro arrepiado sob posse daquelas mãos. Dahlia sentia a mente nublando sob o gosto único que lhe tomava a boca e os movimentos sublimes da língua dele na sua. O beijo dele era um absurdo de tão gostoso. Ela não conseguia pensar...

Tudo ao redor era como um borrão, a realidade parecia um conceito ambíguo, enquanto cada músculo de seu corpo contraía-se diante da energia pulsátil que a atravessava, para no segundo seguinte amolecer quase sem forças, sendo drenada e preenchida simultaneamente com as mais diversas sensações mundanas e divinas.

Era violento, volátil e eletrizante. Poderoso e inumano. Um caos que transpunha primeiro no físico, tão logo internalizando em sua mente e em sua alma. A sensação era terrivelmente... prazerosa.

Ela não tinha forças para se afastar, e deveria querer se afastar, mas se viu incapaz de conseguir desejar qualquer coisa que não fosse mais do beijo dele.

Sem sequer compreender o que estava fazendo, ela se agarrou em seus ombros fortes quando novamente sentiu as pernas perdendo as forças. O aperto firme em seu quadril a manteve de pé quando as mãos dele deslizaram por baixo de sua saia e, sem delongas, ele a ergueu do chão.

Dahlia arfou quando ele pressionou todo o peso dos músculos talhados contra seu corpo franzino e, consumida pelo mais puro instinto, ela o envolveu com as pernas, puxando-o com força contra si. Ele grunhiu, um gemido rouco contra sua boca, e o ruído fez toda a sua mente pairar em sensações ofuscantes. Ela gemeu ao sentir os dedos firmes fincando-se em sua bunda, com gosto, com vontade, sem jamais cessar o beijo, ele sugava seu lábio inferior, mordiscando e sentindo sua boca, experimentando-a como se experimentasse o mais delicioso dos sabores, querendo memorizar cada sensação.

Ela poderia ficar ali para sempre... mas sentia algo no entorno se fazendo presente, tomando proporções imensuráveis, e não era a nuvem incandescente de puro desejo que os consumia.

Era como se ela conseguisse enxergar, mesmo de olhos fechados, a presença massiva e poderosa da escuridão que crescia ao seu redor. Era opressivo e etéreo. Estava em todo lugar e se expandia, continuamente, em algum momento iria tocá-la, iria sorvê-la, feito um lúgubre e convidativo abraço da noite, a comprimindo naquele pequeno espaço.

Os dedos que a agarravam pelo quadril deslizaram numa pegada agressiva pela coxa desnuda, ele se projetou com mais força de encontro ao seu corpo, friccionando contra ela a ereção bem devagar, fazendo-a senti-lo, e todo o resto foi esquecido.

Ela o puxou pela nuca, trazendo-o para mais perto quase como numa súplica, sem jamais cessar os movimentos com a língua, a qual ele sugava, tão lento e torturante num beijo erótico, ardente, no instante em que a névoa a envolveu, por completo.

Nunca havia sentido nada parecido.

O completo prazer lhe tirava as forças.

O desejo incontrolável pulverizava qualquer vislumbre de resistência, e ela viu-se à mercê da escuridão, que se enrodilhava em torno de seu cérebro, sufocando sua lucidez, até que finalmente sucumbiu antes de que sequer tivesse consciência disso.

⋅•☽◯☾•⋅

NOTAS:

"Portanto, não há motivo para hesitarmos. Estamos sozinhos, vamos assumir o controle."

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FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora