[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"So what if you taste just like heaven?"
WATERCOLOR EYES
Dahlia adentrou a cafeteria pela entrada lateral, longe dos olhos de dona Leandra e os demais funcionários, mas sob o olhar atento de sua melhor amiga que, rápido e disfarçadamente, se aproximou depois de servir brevemente a mesa mais próxima.
Ela sabia que Ayana vinha desconfiando de seu comportamento estranhamente esquivo nos últimos dias. Sua melhor amiga tinha plena certeza de que alguma coisa havia acontecido, só não sabia o quê, e Dahlia a conhecia bem o suficiente para saber que não seria questionada por ela – pelo menos enquanto sua paciência durasse.
Enquanto juntava os cachos num coque desleixado, Ayana se aproximou e puxou seu avental para longe de seu alcance enquanto murmurava a pior notícia do dia para Dahlia:
- O Sr. Flinch está aí.
A menina paralisou, nitidamente baqueada.
De tudo o que lhe ocorrera nos últimos dias, essa certamente era a pior coisa que poderia acontecer.
Pior do que quase sofrer um acidente fatal, pior do que quase ter cometido um suicídio, pior do que cair nas carícias de um demônio inccubu, era ter que lidar com Joshua Flinch.
Dahlia encarou Ayana e seu olhar já era o suficiente para dizer todas as coisas que a boca era incapaz de exprimir.
- Me desculpe. Eu te mandei diversas mensagens avisando para não vir, mas você não visualizou nenhuma!
- Acabei esquecendo meu celular em casa, depois de discutir com Lucian por ligação, e-eu... Posso ficar no caixa?
- Minha mãe já está no caixa.
- No estoque? Por favor, eu te suplico...
- Mana, pode ter certeza de que eu já vi todos os cantos da cafeteria pra você ficar. E como não achei nada, nesse caso... – Aya a agarrou pelos ombros e a virou num súbito, empurrando-a de volta para a porta de saída. – Pega a sua bolsa e vai embora agora antes que ele-
- Ora, se não é a minha menina.
Dahlia prendeu a respiração, sentindo o coração afundando no peito quando a voz familiar a atingiu e Aya a fitou, juntando as sobrancelhas, o olhar nitidamente preocupado. Foi como se uma parcela da sua alma tivesse se desprendido do seu corpo.
O tempo que a duas levaram para se virar equivalia a todo o imenso esforço que estava dispondo para controlar as próprias reações.
Ayana tomou a sua frente.
- Sr. Flinch, eu...
- Achei ter ouvido sua mãe te chamando, Ayana. – ele sequer a olhou ao dizer as palavras, os olhos cheios de cobiça presos em Dahlia.
