[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"All the pretty stars shine for you, my love."
PRETTY WHEN YOU CRY
Os dias se tornaram um pouco mais difíceis desde então, pois Dahlia passara a sofrer de terrores noturnos.
- O que você acha que eu deveria fazer? – questionou baixinho, acariciando os pelos de Lótus, que inclinou a cabeçinha ao ouvi-la.
- Acho que você deveria descansar.
Ayana retornava da cozinha ao respondê-la, trazendo duas canecas de chá de gengibre. Sua melhor amiga vinha lhe fazendo companhia desde que as aparições deixaram de ser a única coisa a assustá-la naquela casa.
As paralisias do sono eram sempre as mesmas – um homem imenso de pé ao canto do quarto, tentando se aproximar com a mão estendida para tocá-la. Mas sempre que estava prestes a conseguir, ela acordava. A penumbra ocultava seu rosto e, o que deixava a situação ainda mais apavorante, eram os olhos, que pareciam duas joias portando fogo bruxuleando na escuridão.
Embora o homem nunca tenha conseguido se aproximar o suficiente para tocá-la, a sensação era profundamente perturbadora.
Ela bebericou da caneca fumegante de chá de gengibre e olhou para a amiga, que estava do seu lado sobre o sofá.
- Você sabe. Não estou me referindo a isso.
Aya a fitou com o ar confuso, mas logo a compreensão atingiu sua feição – sabia ao que ela se referia, afinal, Dahlia parou definitivamente de esconder as coisas da amiga, uma vez que era ela quem mais estava a ajudando no momento.
Dahlia estava se referindo ao que disse a Kayta na última vez que se viram.
Já fazia dias e ainda assim ela não suportava mais a sensação de vazio por ter sido cruel com uma criatura naturalmente demoníaca e, o pior, estar se sentindo culpada por isso. Como se já não bastasse o recente histórico de atitudes desastrosas, agora mais isso: tendo empatia humana por alguém que sequer era humano.
Ela queria tanto falar com ele, pedir desculpas...
Mas como se contata um demônio para se desculpar por ter sido uma babaca?
A questão parecia ridícula, mesmo em pensamento.
- Acho que mantenho o meu conselho. – falou Aya, depois de um tempo, o semblante compreensivo. – Aproveite que estou aqui e descanse. Vá tirar um cochilo.
Pressionou o play para que o episódio novo da série dos dragões seguisse e as duas voltaram a assistir a TV.
Mas Dahlia não estava prestando atenção.
Há semanas, não prestava atenção em nada, pois a culpa corrosiva esmagava seu peito.
Ela tentava pensar em formas de fazer o Kayta ir até ela, já que não encontrara alternativas que a levasse até ele. Até hoje não conseguia compreender como fora parar naquele lugar obscuro que cheirava a sexo, onde ele estava junto daquelas mulheres. Kayta deixara claro que não foi obra dele ela ter aparecido ali. Então, como?
