41 │ 𝔡𝔬𝔠𝔢 𝔢𝔵𝔠𝔢𝔠̧𝔞̃𝔬

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"It's enough just to make me go crazy, crazy, crazy

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"It's enough just to make me go crazy, crazy, crazy."

LOVE

A escuridão pulsava viva dentro do quarto de Dahlia.

Mas, pela primeira vez, isso não despertou um espasmo de horror no corpo adormecido da garota.

Kayta andava pelo cômodo, seus passos silenciosos não devido ao carpete macio sob seus pés, mas porque ele parecia fazer parte daquele breu inquietante desprovido de som.

Ele caminhava envolto por suas sombras que pareciam se movimentar numa dança nefasta, preenchendo cada recanto do quarto com sua presença poderosa, quase como se estivessem... satisfeitas em estar ali, na presença da humana adormecida sobre a cama.

Embora o inccubu conseguisse manter a máscara de pura indiferença ao interagir com Dahlia no dia-a-dia, não conseguia exercer o mesmo controle sobre suas sombras. Seu poder manifestado nessa forma tinha uma natureza mais selvagem, e elas vibravam inquietas e indisciplinadas, revelando seu anseio de envolver a garota, de tocá-la, consumi-la...

Era exatamente por isso que Kayta evitava invocá-las na presença de Dahlia.

Ele fechou uma das mãos em punho, suprimindo-as dentro de si à força, antes de voltar os olhos azuis para os poucos pertences da garota repousados sobre a cômoda.

Um espelhinho facial de aumento. Os livros da trilogia O Povo do Ar, cheios de post-its. Uma bíblia surrada que ele sabia que não pertencia a ela, com marcações a caneta. Uma escova de cabelo com alguns longos fios castanhos presos nas cerdas. Um estojo com um conjunto de facas de jardinagem cuja sexta bainha estava vazia.

Ele sabia muito bem onde estava a faca que faltava: guardada no bolso interno de sua jaqueta desde o dia em que a garota o esfaqueara com ela.

Sua atenção se concentrou, no entanto, na redoma de vidro que guardava sete cristais, ditos como místicos pela própria garota. Aquilo sempre o intrigava, o fato de ela saber que eram místicos.

Era uma sequência interessante: Cianita Azul, Cianita Verde, Selenita Branca, Topázio Imperial, Jaspe Sanguíneo, Alexandrita, Aventurina... todas enfileiradas em um espiral, que terminava num espaço central vazio, indicando que faltava uma última gema.

Cada um deles tinha um significado específico, e a organização indicava um padrão, mas Dahlia mencionara que o espaço central pertencia à Onyxidiana. Isso contrariava toda sua lógica.

Por que uma gema oriunda de energia infernal estaria cercada por sete cristais de misticidade celestial?

Ele sabia que se perguntasse, a menina não saberia dizer o que significava, uma vez que claramente era abençoada com a ignorância diante de todo esse assunto. Mas sua mãe, por outro lado...

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora