[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"I'm feeling scared and you know it. I've got a burning desire for you, baby."
BURNING DESIRE
Dahlia abriu as pálpebras e piscou seguidas vezes, tentando adaptar a visão ao escuro parcial daquele lugar.
Enquanto tentava discernir alguma coisa ao redor, conseguiu identificar a decoração de um quarto simples que certamente não era o seu.
Estava deitada sobre uma cama macia de cabeceira de ferro tubular, onde uma colcha escura a cobria até a cintura. Havia uma mesinha com superfície de vidro rente a cama. Uma bandeja prateada descansava sobre o móvel, contendo uma jarra d'água e um copo ao lado do que parecia ser dois comprimidos efervescentes.
Não dava pra assimilar muita coisa além disso. Não sabia que lugar era aquele e porque era consideravelmente escuro. Mas quando viu a jarra com água, sua garganta ardeu de tanta sede.
Sua cabeça pulsava em latejos dolorosos, parecia que havia levado uma porrada em cada têmpora. Seu corpo dolorido e cansado, pela bomba de adrenalina acionada diante do quase acidente que sofrera, clamava por qualquer coisa que se assemelhasse a um analgésico.
Ela se esticou sobre a cama, se serviu de um copo de água e bebeu tudo em duas goladas ávidas. Olhou para os comprimidos, hesitando. Mas as dores pungentes sobrepunham o temor de arriscar ser envenenada.
Encheu o copo de água novamente e jogou os dois comprimidos brancos, que se dissolveram no líquido em menos de um minuto. Ela ingeriu todo o conteúdo do copo, sentindo o forte gosto de hortelã descer pela garganta, tomando toda a sua boca, e num segundo, as dores simplesmente desapareceram. Ela chegou a arregalar os olhos, encarando o copo vazio, alarmada.
- Você precisa urgentemente parar de desmaiar toda vez que te toco.
Quando o ouviu, seu coração acelerou e ela quase deixou o copo cair.
Se virou tão lentamente que chegava a ser cômico. Seus olhos o encontraram e a respiração de Dahlia ficou presa no peito.
Observar o rapaz esguio e sem camisa, que olhava além da janela aberta do quarto, banhado pela luz suave do sol nascente de uma manhã cheia de nuvens, fez uma avalanche de flashes recair sobre sua memória.
O caminhão desgovernado que tiraria sua vida. Aquele fenômeno inexplicável em um segundo onde tudo parou. Um momento efêmero onde ela poderia jurar que seu corpo pairava na fissura que separa o mundo terreno do hiperfísico.
E no segundo seguinte, estava diante dele. Encarando, tão próximo, o mais intenso e fascinante azul, sentindo a pressão dos dedos masculinos que a agarravam firmemente pela cintura, a mantendo de pé.
Ela não soube dizer em que momento perdeu a consciência. Mas aconteceu.
Virou rapidamente o rosto, para se forçar a parar de encará-lo. Mas o movimento brusco trouxe a vertigem, com fragmentos dos últimos segundos antes de ter sua consciência findada.
