5 │ 𝔞𝔩𝔤𝔲𝔢́𝔪 𝔭𝔞𝔯𝔞 𝔠𝔬𝔫𝔳𝔢𝔯𝔰𝔞𝔯

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 "I'm tired of feeling like I'm fucking crazy

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 "I'm tired of feeling like I'm fucking crazy."

RIDE

- Ora, se não é a minha paciente favorita?

Dahlia tentou sorrir em resposta, mas o coração apertado pelo susto da manhã tornava difícil até o mecanismo involuntário que era respirar normalmente.

- Você está bem? – ouviu o tom preocupado do homem. – Está pálida.

- Estou bem, e-eu só... – se esforçou para parecer melhor, logo mudando de assunto. – Não esperava que tivesse um horário hoje, ainda mais tão em cima da hora. Achei que precisaria agendar para segunda-feira ou...

- Sempre terei um horário pra você, minha criança. – e gesticulou indicando o divã, onde ela se acomodou, suspirando aliviada por ele não ter notado qualquer coisa além de sua palidez. – Me conte, como foi a sua semana? Ou eu deveria dizer... meses?

Dahlia fez uma careta.

Sabia o motivo de ter faltado a todas as sessões dos últimos meses. Conversar com um desconhecido sobre coisas que nem ela entendia sobre si mesma. A ideia não parecia atrativa, embora apreciasse a companhia do homem diante de si.

O que ela não sabia explicar era o porquê de ter decidido ir vê-lo logo hoje. Na verdade, sabia o motivo sim, só tinha vergonha demais de expor em voz alta.

- Me desculpe por não ter comparecido às últimas sessões.

- Não é a mim que você deve desculpas, é a si mesma.

Dahlia franziu o cenho, boquiaberta.

- Me lacrou.

- Estou feliz que tenha voltado, de qualquer forma. – o homem riu, se ajeitando sobre a poltrona.

Michael Uriah foi recomendado por Raquel para que acompanhasse Dahlia durante as primeiras fases do luto, mas a menina reconhece que só acatou a ideia para simpatizar com a até então recém-conhecida vizinha.

Conheceu o doutor uma semana depois de se mudar e compareceu às primeiras sessões, mas não retornou mais. Não ficava à vontade quando se tratava de externar emoções em voz alta e sinceramente não sabia dizer de quem herdara tal característica, visto que sua própria mãe amava verbalizar sobre os próprios sentimentos por horas à fio.

- Também estou feliz em estar de volta. – permitiu-se admitir. – Senti saudade dos seus sermões.

- E eu, dos seus desenhos. – os olhos verdes se estreitaram. – Vamos nos ater às novidades.

E então ele ergueu na direção dela a mão aberta, no qual Dahlia hesitou um pouco antes de apoiar seu bloco de desenhos.

- Não tem nada aí, além de mais do mesmo. Nenhuma novidade.

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora