13 │ 𝔞 𝔦𝔤𝔫𝔬𝔯𝔞̂𝔫𝔠𝔦𝔞 𝔢́ 𝔲𝔪𝔞 𝔡𝔞́𝔡𝔦𝔳𝔞

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"There's something in the air

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"There's something in the air. I hope it doesn't change, that it's for real. The beginning of something big happening."

VIOLETS FOR ROSES

O trovejar profundo a rodeou após o raio incandescente rasgar o céu, lançando sombras sinistras ao seu redor. O dia virou noite, e logo as primeiras gotas finas de chuva começaram a cair.

No entanto, ela estava em transe.

Era ele.

Mas com aquela outra face, o disfarce de jovem rapaz de aparência inofensiva.

Ela engoliu em seco, observando o rosto de traços angelicais marcantes, quase estereotipados. Cabelos dourados em cachos abertos, pele corada salpicada de pequenas sardas, olhos claros que pareciam alternar de âmbar para verde, olhar cauteloso, uma mandíbula bem definida, feições suaves e inumanamente belas, feito um anjo descrito nos mais antigos contos divinos.

Dahlia tinha certeza de que era proposital da parte dele, para se aproveitar da ironia da situação.

Até suas roupas, elegantes e comportadas, contribuíam para a imagem de um jovem bondoso. Se ela não houvesse o visto transmutar desse rosto para o mesmo com o qual ele aparecia nos seus sonhos, talvez nem o tivesse reconhecido.

Após dois minutos sem resposta da parte dela, ele permaneceu pacientemente em silêncio, observando o movimento quase inexistente na praça deserta. Poderia dizer que era surpreendente que os seres humanos, de vez em quando, tivessem o senso de respeitar o isolamento social e o toque de recolher, mas certamente não era o caso.

A praça estava vazia devido ao clima frio e sombrio que prenunciava a tempestade iminente.

Sentados lado a lado naquele banco de praça, eram os únicos ali.

- Você sumiu por quase uma semana. – inacreditavelmente foi a primeira coisa que ela disse.

- Pelo visto, sentiu minha falta. – continuava fitando ao longe, despreocupado. – Já que contou os dias.

Dahlia virou o rosto, irritadiça, quando sentiu a quentura subindo pelo pescoço e se concentrando nas bochechas.

- Contei os dias de paz que tive.

- É claro que sim.

- O que está fazendo aqui? – quase não ouviu a própria voz em meio a brisa forte e gélida.

- Preciso conversar com você.

- Que ótimo. – riu sem humor e se forçou a tirar os olhos dele. – Cansou de tentar invadir a minha cabeça e decidiu convocar uma reunião formal.

- Também preciso que confie em mim.

- Mais alguma exigência, vossa senhoria? – ela se conteve para simplesmente não gargalhar na cara dele. – Talvez um pacto? Quem sabe, a minha alma?

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora