[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"Give peace a chance. Let the fear you have fall away."
SAY YES TO HEAVEN
Naquela manhã, antes de seguir em direção a casa de seu namorado, Dahlia despertou agarrada à esperança de que aquele seria um dia melhor... Mas, à medida que os eventos do dia se desenrolavam, essa esperança foi se esvaindo.
Primeiro, a discussão com sua sogra na casa de Lucian. Logo depois, a dor apunhalante por imaginar ter perdido Lótus. E agora isso... Aprisionada dentro de si mesma, mergulhada na escuridão de seu subconsciente, impotente e fraca. A cada segundo que passava, Dahlia sentia a esperança se dissipar, pois estava novamente sozinha, perdida em seu próprio pesadelo, e a única coisa que podia fazer era esperar.
Esperar por um milagre, por uma luz que a resgatasse daquele tormento, mas essa luz parecia estar a um mundo de distância, inalcançável e fria.
O desespero se infiltrava em sua essência, ameaçando consumi-la por completo. Ela lutava para se mover, para reagir, mas seu corpo não respondia.
Conseguia sentir tudo – o terror de estar sob posse das garras gélidas da entidade que controlava seu corpo – e também conseguia ouvir tudo – a voz de Kayta não era nítida, mas o som tenebroso que fluía através de suas cordas vocais sim.
- Então, parece que nossa conversa termina aqui. – estremeceu quando a voz demoníaca ressoou de seus lábios.
Um segundo depois, a força massiva do demônio guardião havia retornado completamente para dentro de seu corpo e a sensação foi sufocante. Ela estaria tremendo em agonia, se conseguisse sentir a própria pele.
Mas então, algo efêmero aconteceu.
Algo que durou menos de um milésimo de segundo, e ainda assim foi o suficiente para enchê-la de esperança.
Ela ouviu a voz de Kayta.
Não da forma como estava ouvindo antes, como palavras ecoando ao longe. Dessa vez, ela ouviu com nitidez, tão próxima, como se sussurrada ao pé do seu ouvido.
E esse sussurro que a encheu de alívio veio acompanhado de uma lembrança, à ricos detalhes, daquele sonho tão pacífico onde ela boiava num lago de névoa azul enquanto observava maravilhada diversos pássaros semelhantes à corvos sobrevoando logo acima.
A voz de Kayta soou novamente, mas era dessa vez um reflexo daquele sonho.
"Deixe-me entrar."
Ela permitiu.
De corpo, de coração e de alma... ela o acolhia, de braços abertos.
Naquele dia... e para sempre.
E aquela permissão tinha um poder que ela jamais seria capaz de mensurar e havia se tornado um ponto de conexão entre eles.
Ela pôde sentir a voz de Kayta novamente, e em sua mente, ele pediu...
