37 │ 𝔢𝔰𝔠𝔬𝔩𝔥𝔞𝔰

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"I guess I'm complicated, my life's sorta too

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"I guess I'm complicated, my life's sorta too."

BLACK BATHING SUIT

Com o a tela do celular diante dos seus olhos, Dahlia assistia com atenção um vídeo mostrando uma menina dando um dramático relato em português brasileiro, que ela entendia perfeitamente por ter aprendido o idioma com Ayana.

"Eu comecei a conversar com o salva-vidas, do nada desmaiei. Toda hora eu fico desmaiando, eu não sei o que tá-..." longos segundos em silêncio se seguiram, enquanto a menina no vídeo fingia um desmaio, até que uma voz ao fundo murmurou: "Toma vergonha na cara..." e a menina magicamente voltou a consciência esbravejando um: "Voltei, galera. Voltei. Voltei pra te arrasar. Voltei pra te arrasar, tá entendendo? Voltei pra te arrasar."

- O que significa isso, Ayana? – questionou Dahlia, perplexa.

- Você virou um meme do meu país. – respondeu a outra, emocionada.

Depois de ter desmaiado no meio da cafeteria, mesmo tendo acordado menos de dois minutos depois, Dahlia foi encaminhada ao hospital mais próximo às pressas. Sua testa foi de encontro ao meio-fio que separava o salão da área externa da cafeteria, mas felizmente, seus exames não constataram nada de prejudicial além da concussão leve decorrente do trauma e um corte pequeno, mas profundo, na parte superior de sua têmpora.

Mais exames foram feitos para identificar o motivo de seus constantes desmaios, mas tudo em seu organismo estava absolutamente normal – embora o mesmo não pudesse ser dito de sua saúde psicológica.

O médico recomendou repouso absoluto por três dias em um local onde ela tivesse companhia, por segurança. E como Lucian só retornaria para sua casa no fim de semana, Dahlia se tornou hóspede na casa da família Macedo.

Ela se aconchegou sobre a poltrona enquanto abria seu livro no último capítulo em que lera.

- Qual sua leitura atual? – indagou Aya, se esgueirando para olhar a capa. – A Rainha do Nada ainda? Achei que já havia terminado esse...

- Estou enrolando na leitura, porque não quero que acabe. Meio que... me apeguei aos personagens. – esclareceu dando de ombros. – Por que sua mãe não abriu a cafeteria hoje? – quis saber. – Por favor, não me diga que foi por minha causa.

- Ah, não. Fica tranquila. Ela está revezando os dias. – arremessou um pequeno dardo, que se cravou bem no centro do alvo pendurado na parede. – Para descansar.

- Descansar? – Dahlia arqueou uma sobrancelha. – Dona Leandra é a mulher mais durona que já conheci, não é à toa que te pariu.

Ayana deu um sorriso, sem tirar os olhos do alvo, voltando a arremessar os pequenos dardos e acertando todos com maestria.

Dahlia respirou fundo, apreciando a estadia no quarto de sua amiga. O lugar era impecavelmente moldado à personalidade da garota – moderno, excêntrico e misterioso. O quarto era todo pintado de branco, mas não havia um só espaço sem adorno naquelas quatro paredes – desde telas e pôsteres à guirlandas de galhos e filtros de sonho.

FLORESCER PROFANOOnde histórias criam vida. Descubra agora