[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"'Cause what I really meant is, when I'm being honest, I'm tired of this shit."
BLACK BATHING SUIT
Dahlia andou pelo pequeno caminho de pedra ladeado por uma cerca viva escura, que dava acesso à parte posterior da casa de Raquel.
A cada passo que dava, um osso dentro de seu corpo parecia estalar.
Ter ficado desacordada por um dia inteiro sobre o assoalho frio do seu quarto era o motivo para estar tão dolorida.
Assim que surgiu em sua casa a partir dos poderes de Kayta, seu corpo simplesmente sucumbiu a um peso extremo e ela desmaiou. Só despertou no dia seguinte, com as lambidas de Lótus em seu rosto e o completo pânico preenchendo seu peito.
Não sabia dizer por quanto tempo havia dissociado, sozinha em casa, depois de um ataque de pânico dos mais brabos. Por diversas vezes, desejou morrer e ao mesmo tempo sentia um medo tão lancinante diante da sua possível morte que o desespero parecia rasgá-la ao meio.
Depois de enfim se acalmar, na medida do possível, ela se ajeitou da maneira que conseguiu depois de tomar uma longa ducha, pois estava evitando a banheira devido aos pensamentos intrusivos.
Pensou muito antes de decidir ir até a casa de sua vizinha. Mas ela precisava de respostas.
Passou pela portinhola de madeira, fechando-a atrás de si, e a mulher a cumprimentou antes mesmo que ela despontasse no pequeno jardim dos fundos.
- Aceita uma caneca de café, minha flor?
De onde estava, Dahlia a observou. Os cabelos lisos e longos em uma trança adorável caída sobre o ombro, o chapéu de palha que protegia seu rosto do sol forte daquela manhã, as vestes de jardinagem pontilhadas de suor, terra, pétalas e folhas...
"Uma poderosa ocultista. Das mais perigosas."
Fechou os olhos com força sob a voz de Kayta entoada em sua memória.
Sempre sentiu que a mulher sabia bem mais do que diariamente demonstrava saber. Com Raquel, até as conversas mais triviais se tornavam profundas. Mas, mesmo sob essas constantes percepções, Dahlia gostava de pensar que era apenas coisa da sua cabeça.
Gostava de pensar que sua vizinha era apenas uma mulher bondosa e excêntrica com certo apego a medicina natural. Bom, Raquel realmente era isso, mas não era... só isso.
E agora, Dahlia não conseguia deixar de observá-la com um olhar esfriado pela desconfiança.
Raquel manteve a atenção em seu canteiro – cortando alguns ramos de ervas e os guardando em um pequeno cesto –, sem se interromper em sua tarefa no jardim mesmo diante da falta de resposta da menina.
- Você costumava responder minhas perguntas. – o comentário veio acompanhado de um risinho caloroso.
A menina suspirou, percebendo que estava até agora de pé e em completo silêncio.
