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TW: Síndrome do Impostor

Gwen estava na casa de Hobie. Ele ainda não havia voltado do trabalho, mas decidiu esperar por ele.

Estava exausta e com fome, já que não tinha comido de manhã e já era quase hora do almoço. Seu pai havia feito cupcakes para o café da manhã, mas sua cabeça dizia que ela não os merecia, então ela os guardou para Hobie. O som das chaves ressoou pelo apartamento e Gwen se levantou para ir até a sala receber seu irmão.

— Gwendy! — Hobie sorriu assim que a viu em sua sala. — O que faz aqui a essa hora? Não devia estar na escola?

— Não fui para a aula hoje. Não estava me sentindo bem. — Hobie jogou a pequena mochila no chão e apertou Gwen em um abraço de urso. Gwen se permitiu abraçar Hobie de volta, por mais que estivesse sendo consumida por pensamentos negativos.

— Você quer falar sobre isso? — ela não queria ocupar o tempo de Hobie mais do que já fazia diariamente, mas ele lhe deu um sorriso tão compreensivo que ela acabou cedendo.

Os dois se encontravam sentados na cama do mais velho. Uma Gwen chorosa falava sobre seus sentimentos enquanto Hobie escutava tudo atentamente.

Hobie podia sentir a dor de Gwen transbordando dentro dela, ele podia ver como ela estava esgotada e como era difícil para ela falar sobre isso. Ele enxugou as lágrimas da mais nova e acariciou seus cabelos.

— Eu sei que não é fácil passar por tudo isso, — começou, ganhando toda a atenção de Gwen. — e eu acho que você deveria procurar um especialista.

— Um terapeuta? — Hobie assentiu.

— Eu acho um absurdo as pessoas terem que pagar para cuidar da saúde, mas eu acho que vai te fazer bem.

— Hobie...

— Eu estou falando sério, Gwen. — segurou uma de suas mãos. — Você foi a primeira pessoa a me arrancar um sorriso genuíno em anos, você é minha irmã, é minha confidente e minha melhor amiga, e eu não quero te ver assim.

Gwen respirou fundo e abraçou Hobie com força, sendo imediatamente correspondida. Hobie era um cara durão e debochado na frente de outras pessoas, mas com Gwen, ele era atencioso e prestativo.

— Obrigada, Hobes.

— Não precisa me agradecer por fazer o mínimo. — Ah, Hobie e seu conceito único de "mínimo". Gwen deu uma risada e enxugou as lágrimas. — Muito bem, agora me fale das coisas boas que aconteceram.

— Eu vou sair com as meninas hoje à noite. Nós vamos assistir um filme novo no cinema.

— Ugh, capitalismo.

— Nós vamos ver Barbie.

— Claro que vão, e com certeza vão de rosa. — Gwen assentiu, vendo Hobie revirar os olhos dramaticamente, arrancando-lhe risadas. — Que coisa mais estúpida. Por que vocês precisam pagar caro para ver um filme no cinema se podem esperar ele sair em DVD e pagar muito mais barato?

— Não tem graça assistir pelo DVD, Hobie.

— Claro que tem! Vocês não percebem porque são escravas do capitalismo.

— Quanto você pagou na sua guitarra?

— Quarenta libras, mas estava usada, eu só personalizei. — Gwen balançou a cabeça em negação. — Quarenta libras é um ótimo gasto, ok?

— Se você diz. — deu de ombros. — Como foi o trabalho hoje? — deitou-se, deixando espaço para Hobie, que fez o mesmo.

— Mindy apareceu na cafeteria. Ela me chamou para sair. — Gwen levantou-se estupefata.

Viva IntensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora