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Se apaixonar não estava sendo tão agitado como da primeira vez. Gwen não sentia seu coração acelerar, sentia conforto. Não sentia falta de ar ou suor nas mãos, só se sentia bem.

Talvez fosse uma paixão amadurecida, já que não era mais uma garota de dezesseis anos.

Às vezes se questionava se estava realmente apaixonada, mas os sorrisos involuntários e os olhares indiscretos diziam muito.

Estava na biblioteca QG, ouvindo a nova composição para a banda, e não podia deixar de sorrir, o que era bem estranho, porque Gwen não mantinha sorrisos tão duradouros no trabalho.

— Uau, alguém está animada hoje. — Miles comentou sorrindo e Gwen olhou para ele. — Música nova?

— Como sabia?

— Harry compõe 60% das músicas da banda, e eu vi como seus olhos brilharam ontem quando Hobie citou Harry na conversa. — apoiou-se na estante de livros.

— Às vezes eu me esqueço que você me conhece tão bem.

— Vai falar com ele ou vai fingir que não tem nada acontecendo?

— Por que quer saber?

— Ele vai precisar de ajuda se você escolher a segunda opção. — Gwen revirou os olhos.

— Por que não vai encher o saco do Pavitr? Tenho certeza de que ele está disposto a ouvir esse tipo de piadinha.

— Como você é delicada. — sorriu irônico antes de sair.

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Gwen estava sentada em um dos bancos do cemitério, compondo. Os planos de um álbum cantado inteiramente por ela vieram depois de diversos comentários de fãs sobre o quanto gostavam da voz dela, e talvez isso tenha feito ela se sentir especial.

— No cemitério, Lynn? Não me parece um lugar muito agradável para compor. — Gwen apontou para uma lápide não muito longe do banco. — Faz sentido.

— Agora, a pergunta que não quer calar: O que você está fazendo aqui?

— Tinha ido até sua casa, mas a Sra. Houston disse que você tinha vindo até aqui mais cedo e ainda não tinha voltado. — sentou-se ao seu lado. — Queria falar com você. — Gwen soltou a caneta e fechou o caderno, olhando diretamente para Harry. — No início eu tinha certeza de que não ia falar nada, mas Austin me encheu o saco até eu perceber que as coisas iam ficar estranhas se eu não falasse. — Gwen assentiu lentamente, receosa com o que Harry diria a seguir. — Somos amigos há muito tempo, e nos últimos dois meses, eu acho que as coisas começaram a mudar, eu não sei exatamente, mas eu não consigo te ver do mesmo jeito que eu via antes. — Seus olhos tinham um brilho diferente, um brilho mais profundo. — Eu me apaixonei por você, Gwen.

Gwen respirou fundo e guardou suas coisas na mochila que se posicionava ao seu lado no banco.

— Não posso mentir dizendo que não sinto o mesmo.

— Como diria a sábia Beatriz Laura: "Não mandamos no coração" — Gwen riu nasalado. — Se ela não tivesse ido falar comigo naquele dia-

— Cala a boca e me beija logo, Osborn. — Harry sorriu e a puxou delicadamente para um beijo.

Ah, há tempos Gwen não se sentia assim. Tão bem, tão leve.

Era como estar nas nuvens, como uma melodia suave, como um sonho. Era perfeito.

Viva IntensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora