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Gwen encarava o curativo em seu flanco direito como se fosse uma maldição.

Os médicos do QG diziam que ela teve sorte de não perfurar nenhum órgão da região, mas Gwen não se sentia nem um pouco sortuda.

Vestiu um suéter e saiu do quarto, não podia ficar muito mais tempo olhando para aquilo.

Estava sozinha em casa, como na maioria das vezes. George e Yuri estavam trabalhando e Harry tinha saído para resolver alguma coisa.

Abriu a geladeira e viu uma jarra de suco. Suco de amora. Harry tinha feito para ela na tarde anterior.

Não estava com fome, mas precisava comer para tomar seu antidepressivo, então se deu ao trabalho de fazer panquecas.

Enquanto comia no chão da sala, ouviu passos no corredor e seu sentido aranha ficou alerta. Então as chaves giraram na porta e Harry adentrou o apartamento.

— Oi, Lynn. — Gwen soltou um suspiro aliviado.

— Oi. — deu um gole no suco.

— Kate pediu para eu te entregar. — Sentou-se ao lado de Gwen e lhe entregou uma caixa.

Gwen colocou a caixa ao seu lado e voltou a beber o suco.

— Pode me levar à Coney Island? — Harry assentiu.

— Quando quiser. — sorriu.

— Obrigada.

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Gwen e Harry estavam na roda gigante, observando a praia. Gwen parecia relativamente mais feliz do que mais cedo, e consequentemente, Harry estava feliz por ela.

— Posso passar uns dias na sua casa? — olhou para o namorado.

— Você sabe que sim. — beijou as costas da mão de Gwen. 

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Gwen estava usando um dos cômodos vazios da casa de Harry para meditar, mas meditar com certeza não estava ajudando. Não conseguia se concentrar porque estava sempre em estado de alerta.  

Dr. Mattews tinha dito que sua mente continuaria em alerta por pelo menos uma semana, até entender que o perigo tinha passado.

Gwen soltou um grito frustrado, era demais para ela.

Flashback on

Tinha se escondido no armário do escritório, numa tentativa falha de fugir de Maxwell.

Sua respiração era ofegante, tinha acabado de ser estrangulada no meio de um corredor.

— Vamos lá, aranha. Eu sei que está aqui em algum lugar. — Gwen tapou a boca, sentindo seus olhos marejarem.

Tarde demais, ele a tinha encontrado.

Não tinha para onde correr, a quem chamar. Eram só os dois e a morte, que esperava para levar Gwen a qualquer momento.

Em questão de segundos, tinha uma faca em seu flanco direito, e em um piscar de olhos, estava no chão.

Flashback off

— Harry, me empresta o carro? — apoiou as costas na parede.

— Você dirigindo? Isso é novidade. — jogou as chaves para ela, que as alcançou no ar.

Viva IntensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora