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Era um dia difícil para Gwen, e ela estava tão cansada do dia anterior que sequer se levantou da cama.

— Gwen, está atrasada para a escola! — George gritou do outro lado do apartamento, não obtendo resposta. — Gwen?

— Não quero ir para a escola hoje. — respondeu em um tom baixo, fazendo com que George fosse até a porta de seu quarto.

— Você tem prova hoje, Gwendolyn.

— Eu pego um atestado com o Matthew depois. — abraçou o travesseiro e George soltou um suspiro.

— Tudo bem, vou avisar a secretaria da escola. Quer que eu traga algo do restaurante para você?

— Brownies.

— Certo. May vai passar aqui mais tarde. — Gwen tirou o rosto do travesseiro. — Eu sei que não nos vemos desde...

— O funeral. Não nos vemos desde o funeral.

— Sim, mas ela disse que sente sua falta e perguntou se poderia te ver. — Gwen assentiu, escondendo o rosto no travesseiro outra vez. — Vai ser bom para você, Gwen. E o Matthew concorda comigo.

— Tá legal, pai. Você precisa trabalhar. — George se abaixou ao lado da cama da filha. — Eu sei que você está aí.

— Olha para mim, Gwen. — a loira obedeceu. — Tem alguma coisa que queira me contar? — sorriu gentil.

— Não. — o mais velho depositou um beijo em sua testa.

— Nos vemos mais tarde, então. Eu te amo.

— Também te amo. — observou o pai se afastar.

Os aniversários de Peter eram sempre significativos para Gwen. Ela ficava apática, comia pouco e geralmente passava o dia todo no quarto.

Seu celular tocou, indicando uma ligação de Josephine. Ela atendeu.

Oi, Gwen.

Oi. — sentou-se na cama, a expressão cansada.

— Bia pediu para perguntar se você está bem, e se você vai querer a matéria.

Eu vou ficar bem, e sim, eu quero a matéria.

Ela disse que vai passar aí depois do almoço para te entregar.

Tudo bem, obrigada.

A gente te ama! — Bia e Lisa disseram no fundo.

Beijinhos, Gwen. — Jo encerrou a ligação e Gwen guardou o celular, levantando-se e sentindo seu corpo todo doer.

Suspirou profundamente, indo até a cozinha em busca de algo que a sustentasse durante o dia todo.

Não encontraria, claro que não, mas Gwen não estava sendo racional, estava apenas se deixando sentir.

Pegou uma maçã na fruteira e não levou muito tempo para comê-la. Depois, foi até o sofá e se sentou, abraçando as próprias pernas.

A janela da sala estava aberta, e por ela, Hobie adentrou o apartamento.

— Bom dia, Gwendy. — se aproximou da mais nova, abrindo os braços para abraçá-la.

— Oi, Hobes. — abraçou o mais velho, aconchegando-se em seus braços. — O que está fazendo aqui?

— Cuidando da minha irmãzinha, oras. É um dia difícil, e você tem tendência a não se cuidar nos dias difíceis. — Gwen lhe lançou um olhar indignado. — Olha só, eu até trouxe a Mindy.

Viva IntensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora