explosão

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A primeira coisa estranha foi que Lily não aceitou a bebida

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A primeira coisa estranha foi que Lily não aceitou a bebida. Remus pediu um martini com muito gim e muitas azeitonas, porém sua amiga escolheu uma Coca-Cola Zero Açúcar. Quando o bartender deu as costas para preparar os seus pedidos, Remus se virou para Lily, incrédulo.

— O que foi? Não me olha com essa cara — disse ela, sorrindo. — Uma psicóloga não pode ingerir nada alcoólico durante os atendimentos. Imagina, eu seria considerada a pior psicóloga do mundo antes mesmo de começar direito com a minha carreira.

Remus estreitou os olhos. O lugar estava mais claro aqui, graças às luzes coloridas que vinham dos refrigeradores, e ele podia ver o rosto de Lily mais detalhadamente. Agora, percebia as bolsas escuras embaixo dos olhos, assim como as tentativas vãs de disfarçá-las com corretivo.

— O que está acontecendo, Lily? — perguntou, ajeitando a postura. Estava começando a ficar preocupado. Sua amiga não era assim. — O que houve? Você está bem?

Ela desviou os olhos. A expressão feliz e animada de antes sumiu por completo, dando lugar a uma careta que Remus não conseguia interpretar.

— Tão bem quanto o possível — respondeu Lily. — Engraçado que as pessoas dizem que essa é a melhor época das nossas vidas. Mas eu me sinto arruinada. Fracassada. Estilhaçada em um milhão de pedacinhos. — Ela suspira e balança a cabeça, como se esse simples gesto fosse capaz de apagar todos os pensamentos que tomam conta da sua mente. — Enfim. Nós viemos aqui para falar de você. Como está o trabalho? Será que preciso mesmo me certificar de que você lembra de fazer coisas básicas como comer, tomar banho e dormir?

Remus conhecia Lily muito bem. Também sabia das suas estratégias de mudança rápida de assunto; e não caia mais em nenhuma delas.

— Lily, me fala o que tá acontecendo. Você claramente não tá bem.

Um sorriso amargo cresceu nos seus lábios.

— Você ainda não pode saber — disse, com um tom soturno. — É uma surpresa. Pensei que poderia até contar hoje, mas... acho melhor esperar mais um pouco.

O coração de Remus estava acelerando como uma moto, a mais de cem quilômetros por hora.

— Lily, você tá doente? - perguntou, com mais medo do que qualquer outra coisa.

Ela arregalou os olhos.

— Quê? Não, Remus, claro que não! Não fica fazendo essas suposições malucas, tá? Não é nada demais. Só que tenho que esperar para revelar. Só mais um pouquinho. Já que você está morando em Londres agora, vai poder aguardar, né?

Remus não poderia resistir àqueles olhos verdes.

— Tá legal, vou esperar — respondeu, ganhando um sorriso em retorno. — Mas se você se sentir mal ou precisar de qualquer, qualquer coisa mesmo, me fala e...

Lily revirou os olhos.

— Estou bem, Remmy. Só um pouco confusa. É normal. Então, você não respondeu à minha pergunta... Como está indo o trabalho? Ensinar crianças catarrentas é mesmo o que você nasceu para fazer?

Remus abriu um sorriso ao pensar em todos os seus alunos, em todo o amor que lhe era dado diariamente com aqueles pequenos. Fazia pouco tempo que tinha começado nessa escola nova, como professor do jardim de infância, mas já estava amando tudo. Tinha se adaptado às crianças muito mais rapidamente do que da outra vez, quando fez estágio e começou a trabalhar em uma escola pequena de Manchester.

Se sentia feliz por ter o seu sonho realizado. No final das contas, Remus sentia que tudo valeu a pena.

Exceto por algumas partes...

— Sim, eu tô.... — começou a dizer, mas foi interrompido por um barulho alto e irritante, de um microfone arranhado. A multidão se juntou em um resmungo audível, até que o ruído cessou e tudo voltou ao normal.

As luzes se apagaram por um milissegundo. Quando Remus abriu os olhos, havia uma enorme iluminação rosa, roxa e azul apontando para um lado específico da boate. Não demorou muito para perceber que aquele era o palco, já que todas as milhares de cabeças estavam voltadas para lá.

O show dos Marotos, quem quer que eles fossem, estava prestes a começar. A plateia já parecia em delírio.

— Você conhece essa banda? — perguntou Remus, com a maior inocência. Seu tom era meio sarcástico, como se fosse uma alfinetada particular ao misterioso grupo que ele nem conhecia.

Quando ele se voltou para encarar Lily, o rosto da ruiva estava mais sério e fechado do que nunca. Era como se uma sombra tivesse passado por ela e apagado todo o seu brilho.

— Remmy, então, eu ia te falar isso mais cedo, só que...

Ela não pôde completar sua fala. Nesse momento, uma luz amarela brilhou no centro do palco, e todos ficaram em silêncio, maravilhados com o que quer que estivesse prestes a acontecer. Remus não ficou de fora.

Porém, no momento em que os seus olhos se encontraram com quem estava em cima do palco, tudo pareceu ficar em câmera lenta. Os gritos da multidão se tornaram baixos, inaudíveis. Toda a sua visão ficou embaçada, exceto por uma figura em particular.

Na sua frente, a poucos metros dele, estava Sirius Orion Black, com um microfone na mão, jaqueta de couro cheia de bottons coloridos e coturnos agressivos. Para aumentar a sua incredulidade ainda mais, os olhos cinzentos e brilhantes dele estavam focados em apenas um par especial, no meio de toda aquela gente.

Sirius estava olhando diretamente para Remus.

Cinza com castanho.

Naquele momento, era como se tudo fosse explodir. 

 

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