{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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Os dias que se seguiram foram como um borrão. Remus usou o seu melhor método para lidar com os problemas e mergulhou de cabeça no trabalho. Fez horas-extras na escola, inventou um milhão de projetos novos com as crianças (os quais tomavam bastante horas do seu dia), comprou uma pilha de livros, assistiu filmes e séries novas e inventou de tentar cozinhar de novo (o que foi um desastre). Duas semanas haviam se passado desde o dia do cinema, e, desde então, ele tinha visto Grant umas poucas vezes, quando ia buscar sua dose diária de café na cafeteria, e os únicos momentos que interagiu com Sirius foram por mensagens rápidas e digitadas com pressa.
Remus estava bem. Ou pelo menos conseguia fingir isso com excelência.
Ele dizia para todos que estava muito focado no trabalho, que tinha coisas para fazer e ainda não havia terminado a mudança por completo. Era fácil explicar que uma criança precisava de mais ajuda, ou que os projetos estavam ocupando muito do seu tempo (não intencionalmente, claro), e que teria que ficar na escola até tarde porque havia reunião com os professores. Nas primeiras vezes, todos acreditaram nele, até mesmo Lily Evans.
Porém, algumas semanas depois, era óbvio que as desconfianças começariam.
Grant já havia ligado três vezes naquele dia, perguntando quando Remus finalmente teria um espaço livre para vê-lo. Dizia que estava com saudades e que precisava renovar as energias.
Remus respondeu que a semana corrida estava quase terminando, e que logo, logo, ele teria tempo novamente. Se sentiu péssimo ao mentir para Grant desse jeito, mas sabia que se sentiria ainda pior caso encontrasse com o rapaz e lembrasse do dia do cinema. De como a sua própria mente o traiu, e traiu Grant também.
Porque era isso que Remus era: um traidor.
Era por esse motivo que ele decidiu se afastar. Para tentar salvar as pessoas de si mesmo. Para tentar se salvar. Para tentar entender o que estava acontecendo, o que estava sentindo.
Após duas semanas, Remus não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas, e estava começando a entrar em uma profunda crise de desespero, já que todas as desculpas que tinha em mente já tinham sido utilizadas e descartadas mil vezes. Seu estoque acabava rápido demais, e ele não sabia o que fazer.
Foi justo nesse momento que Remus recebeu um aviso da sua colega de trabalho, avisando que a diretora da escola queria conversar com ele. Foi como ver a luz no fim do túnel. Não precisaria mentir para ninguém, e era uma ideia inovadora, que nunca tinha usado antes. Parecia perfeito.
Tirando a parte de que ele estava sendo chamado para a diretoria. E que nunca tinha sido chamado para a diretoria antes. E que, na maioria das vezes, essa mensagem era sinônimo de Fudeu, você está completamente ferrado!
— Você precisa se acalmar — disse Lily. Ela tomou um gole do milkshake de bombom que estava bebendo (obs: Lily nunca havia gostado de milkshakes antes), e voltou a falar: — Aposto que não é nada demais. Você não fez nada errado por aí, né, Remus Lupin?
