{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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Quando Sirius Black abriu a porta do seu apartamento naquela noite, Remus já sabia que tudo seria diferente a partir do momento em que desse o primeiro passo para frente. Era aquele sentimento inquietante, que pinicava seu corpo e te dizia que as coisas nunca mais voltariam a ser as mesmas.
Pela primeira vez em muito tempo, Remus não desejava que as coisas voltassem como eram antes. Ele não gostaria de ser só amigo de Sirius, ou de fingir que não sentia uma paixão ardente e intensa se alastrando pelo seu corpo, atingindo todo o seu coração. Não desejava que voltassem a ter o relacionamento que tinham antes, com desconfiança e falta de experiência. Remus entendeu, depois de uma longa jornada, que o que passou já passou, e o melhor que podia fazer era esperar e lutar bravamente para ter um futuro melhor.
E, junto com a certeza inquietante de que as coisas se transformariam, bem ali ao lado, estava a convicção de que elas ficariam melhores. De que finalmente teria o seu relacionamento dos sonhos, ao lado do garoto dos seus sonhos, vivendo a vida dos seus sonhos, com a biblioteca dos seus sonhos.
— Moony? — Uma voz tirou-o dos seus pensamentos, tão aguda e surpresa que Remus se assustou, pensando que estivesse fazendo algo de errado. — O que você está fazendo aqui?
Os olhos cinzentos de Sirius o analisaram minuciosamente, como se procurassem por algum arranhão, alguma falha nas íris castanhas brilhantes, algum defeito que confessasse as aventuras passadas do mais alto. Felizmente para Remus, não havia nada além de felicidade e animação espalhadas pelo seu rosto. Pelo menos era isso que ele esperava. O nervosismo borbulhava sob a superfície, como um vulcão se preparando para atacar, e Remus ansiava para que ele não entrasse em erupção nunca.
— Hum, desculpa por não avisar — disse, com as bochechas esquentando. Céus, nem tinha começado, e já estava desse jeito? — Você... está ocupado?
— Nunca estou ocupado pra você — respondeu Sirius rapidamente, dando uma piscadela.
Remus o agradeceu mentalmente por ser Sirius, e por sempre tentar animar os momentos e deixar o clima mais leve.
— Tem certeza? Posso voltar outra hora, caso...
— Não! — exclamou Sirius. Seus olhos se arregalaram quando ele percebeu a sua empolgação, e pigarreou: — Desculpa por te interromper, é que não precisa mesmo. Eu estou feliz que você está aqui. Muito feliz.
As bochechas de Remus pareciam pegar fogo.
— Ah. — Foi a única coisa que conseguiu dizer. — Posso entrar, então? Tenho muitas coisas para te falar.
Ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo quando se lembrou que essas foram as exatas palavras que usou há quatro anos atrás, antes da briga catastrófica, para dizer à Sirius que iria fazer faculdade em Manchester. Sirius fez uma careta, sua mente sendo puxada para o mesmo momento, mas não disse nada, o que foi um alívio.
