{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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A confeitaria Doces de Mel continuava exatamente igual desde a semana passada. E os bolos, tendo em vista o cheiro delicioso que pairava no ambiente, também permaneciam com a mesma qualidade e sabor esplêndido.
Não demorou muito para Remus encontrar os cabelos loiros de Grant. Fazia quase uma semana que não se viam pessoalmente, mas já haviam conversado tanto por mensagem que Remus tinha a sensação de que passara todos esses dias ao lado do rapaz. Ele parou para observar Grant, que estava sentado na mesa ao lado da janela, bebendo um milkshake de cor azul e com granulado colorido. Remus nem sabia que a Doces de Mel vendia milkshakes.
Não demorou até que o loiro notou o olhar e levantou a cabeça. Seus olhos verdes se encontraram com os de Remus, e um sorriso surgiu no seu rosto. Remus sorriu de volta, e foi na sua direção.
— Que bom que você chegou! — exclamou Grant. — Ainda estou com medo daquela mulher ali. Oh, Chapolin Colorado, o que eu seria sem você!
Remus fez uma careta e se sentou na cadeira em frente a Grant.
— Só por estar citando Chapolin Colorado, você já perdeu, tipo, muitos pontos comigo. Que mau gosto.
Grant levantou as sobrancelhas.
— Chapolin Colorado é uma das maiores obras incompreendidas do mundo, ponto final.
— Só por pensar isso você vai ter que pegar mais uma fatia de bolo de chocolate.
Grant soltou uma gargalhada.
— Como você é aproveitador, Lupin.
— Você me deu liberdade suficiente para isso, sinto muito.
Os dois sorriram um para o outro, e então, no momento seguinte, uma atendente negra com várias trancinhas compridas no cabelo veio atendê-los. Grant pediu duas fatias de bolo de chocolate, porque Remus estava fazendo gestos de uma criancinha desesperada que precisava de bolo para sobreviver, e Grant obviamente não podia resistir àquela carinha fofa, e uma fatia de bolo de laranja.
Remus inclinou a cabeça, olhando para Grant, assim que a atendente virou as costas e disse que já iria voltar com o pedido.
— O quê? — perguntou Grant. — Você está me olhando de um jeito estranho.
— Estou tentando entender como você gosta de bolo de laranja.
Grant revirou os olhos, mas os seus lábios subiram em um sorriso contido.
— Ei, para de julgar, tá legal? É mais coisa sentimental do que pelo sabor. A minha vózinha fazia para mim antes.
Remus imediatamente se sentiu culpado.
— Ela morreu?
Grant fez um sinal de indiferença com as mãos.
— Não, agora ela só não quer mais me ver na frente dela porque eu gosto de garotos.
