martini

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Remus Lupin estava tentando seguir sua vida normalmente

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Remus Lupin estava tentando seguir sua vida normalmente.

Essa era uma tarefa particularmente dificil de se cumprir quando a porra da cidade inteira gritava o nome dele. Da única pessoa que Remus não gostaria de encontrar.

Por que não podia ser Lily? Ou Peter? Ou James? Ou sei lá, qualquer outra pessoa. Mas não. Tinha que ser justamente aquela pessoa que causava uma onda imensa e permanente de dor e arrependimento toda a maldita vez que entrava no seu campo de visão. Tinha que ser a única pessoa com quem Remus tinha um passado turbulento e mal resolvido. Tinha que ser aquela pessoa que era carregada de luz e alegria, que provocava uma profunda torrente de frio gélido na sua vida toda maldita vez que cruzava com ele.

Cada vez que Remus se deparava, inesperadamente, com Sirius, não sabia o que fazer. Era como se o chão ruísse bem ali, e ele não pudesse fazer nada para impedir. Não conseguia pensar, não conseguia agir, não conseguia respirar. Não era capaz de nada, a não ser se virar e correr para o mais longe possível dele.

Em nenhum momento a possibilidade de sentar com Sirius e conversar sobre tudo que aconteceu passou pela sua cabeça. Remus era atingido, todas as malditas vezes, por uma onda de fadinhas lhe dizendo CORRA, CORRA, CORRA, e não ousava questionar essas ordens. Parecia muito mais fácil seguir os seus instintos naturais de se afastar do perigo ao invés de fazer a coisa certa, que (ironicamente) era ir de encontro com a sua maior ameaça. Remus estava disposto a seguir esse plano infalível para proteger a si mesmo, até que Lily Evans fez questão de destruí-lo, sem nem mesmo saber da sua existência.

Era sexta de manhã. Remus tinha encontrado Sirius mais duas vezes naquela semana: uma na quarta-feira, quando esqueceu de comprar cereal e teve que correr para o mercado mais próximo com o rosto ainda amassado pelo sono. Consegue adivinhar quem estava lá? Exatamente, a última pessoa que Remus gostaria de ver. Assim como das outras vezes, os dois não se aproximaram, apenas correram um do outro e fingiram que nada aconteceu.

O último encontro totalmente acidental ocorreu no dia seguinte, quando Remus precisava comprar tintas e pincéis para uma aula de artes que estava preparando para seus alunos. Adivinhe, de novo, quem estava nessa mesma loja?

Não preciso dizer, né? Já está óbvio.

Pois bem. Remus seguiu com as suas compras com a maior naturalidade que poderia fingir, e Sirius fez o mesmo. Ele terminou de pagar as telas e tintas que comprou (uma grande dúvida cresceu na cabeça de Remus sobre isso, porque Sirius nunca foi muito ligado a desenhos ou pintura), e foi embora. Não sem antes lançar um olhar na direção de Remus.

O encontro de olhares foi o mais duradouro até então. Por um momento, Remus se esqueceu de onde estava, se esqueceu do que precisava fazer, de quem Sirius era agora. Ficou envolvido por aqueles universos cinzas brilhantes, que continham seus próprios mistérios e particularidades.

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