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— Oh, você está aí

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— Oh, você está aí.

Grant ergueu a cabeça do livro que estava lendo, O retrato de Dorian Gray, uma indicação que Remus fez há alguns dias, e o encarou com aqueles olhos verdes brilhantes. Não estavam tão cintilantes hoje. Nem pareciam tão verdes.

Remus cumprimentou o porteiro com um sorriso rápido e um aceno de cabeça, e foi direto para a poltrona que Grant ocupava. Ele estava esperando no hall de entrada do prédio, que não era muito grande nem muito impressionante. Tinha quatro cadeiras, a mesa do porteiro, luzes fluorescentes espalhadas pelo teto e uma ou outra decoração aqui e ali.

— Demorei mais do que quinze minutos, desculpa — disse Remus, nervoso, se aproximando de Grant. — Foi difícil encontrar um táxi a essa hora da manhã.

Grant fechou o livro e continuou com o olhar fixo em Remus, como se tentasse resolver um problema que não fazia sentido em sua mente. As bochechas de Remus esquentaram quando os olhos verdes se demoraram nas suas roupas amarrotadas, no cabelo amassado, no livro que estava dentro da sua bolsa cheia de remédios e outras coisas necessárias para ajudar um enfermo.

— Como foi com Sirius? — perguntou Grant, indo direto ao assunto.

Remus não sabia exatamente o que esperar da reação dele. No caminho até o seu prédio, depois de Sirius deixá-lo na recepção, tinha criado vários cenários na sua mente. Em nenhum deles Grant estava tão calmo quanto agora, na vida real.

Remus suspirou, decidindo contar a verdade. Grant merecia isso.

— No começo, foi bem difícil e embaraçoso — confessou. — Eu não sabia o que fazer direito, mas precisava ajudá-lo. Depois... as coisas ficaram mais fáceis, e a gente foi conversando. Nós... Nós nos resolvemos agora. Somos amigos.

— Amigos? — Grant repetiu, sem acreditar. — É sério que você vai perdoá-lo, mesmo após ele ter feito todas aquelas coisas idiotas?

— Grant, eu também errei, tá? Nós dois erramos. Mas decidimos que vamos nos esforçar dessa vez.

Grant revirou os olhos.

— Sirius não sabe como não estragar as coisas.

— Você não conhece ele direito! — exclamou Remus. — E essa escolha foi minha também, tá legal? Ele não apontou uma arma pra mim e me obrigou a aceitar a amizade de novo! Eu fiz porque quis, porque não suportava mais viver sem ele!

A expressão nos olhos de Grant fez Remus imediatamente se arrepender de ter dito aquilo. Era como se Grant tivesse sido cruelmente traído, como se houvesse sido apunhalado pelas costas pelo seu melhor e mais confiável amigo. Era o olhar de alguém que estava se despedaçando, estilhaçando, partindo em um milhão de pequenos pedaços.

Remus suspirou, largou a bolsa na poltrona ao lado de Grant e foi para perto dele. Quando estendeu os braços para abraçá-lo, com receio de ser rejeitado, não foi isso que aconteceu, e Grant consentiu com o abraço sem dizer nada.

Todo Esse Tempo - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora