amigos... de novo

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Quando Remus abriu os olhos e deu de cara com um horizonte infinito de prédios altos e baixos, de todas as cores e estados possíveis, ele pensou que tivesse morrido

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Quando Remus abriu os olhos e deu de cara com um horizonte infinito de prédios altos e baixos, de todas as cores e estados possíveis, ele pensou que tivesse morrido. Ou que tivesse sido sequestrado por alguém muito rico, que tinha um jatinho particular que ficava estável no céu ou algo assim. Seu coração acelerou, pensando no que tinha feito na noite passada para parar naquele lugar — que definitivamente não era o seu apartamento —, quando memórias frescas e doces o invadiram, acalmando-o.

Se lembrou que estava no apartamento de Sirius, que tinha ido ali para ajudá-lo com a gripe, que tinha tirado a febre dele (mais de trinta e oito graus) e dado remédios e compressas de água fria para melhorar. Olhando ao redor, agora tudo fazia sentido. Os móveis pretos, os instrumentos pregados na parede, a bagunça habitual de Sirius Black... não havia como ele estar em outro lugar.

Só havia um problema.

Remus ia ficar lá por alguns minutos. Até ter certeza de que Sirius não teria convulsões com a febre ou que passaria muito mal. Depois, voltaria para casa, para a sessão cinema que tinha feito, para o conforto da sua cama.

O sol brilhando no céu azul e claro lá fora era um claro sinal de que as coisas tinham saído do plano.

— Por favor, me diz que você não é mais uma ilusão da minha mente doente, e que eu não estou ficando completamente louco — disse uma voz rouca e baixa. — Será que eu morri durante a noite, e agora estou no céu?

Remus procurou Sirius pela bagunça de coisas espalhadas no chão (eles tinham ficado acordados por mais tempo do que o previsto na noite anterior, e a conversa estava tão boa que nem se importaram com a zona que faziam), porém foi difícil encontrá-lo. Por fim, viu que uma das montanhas de cobertas estava se movendo de uma maneira bem estranha, e então uma mão pálida e magra saiu de um dos furos de ar.

— Aqui! — exclamou Sirius. Ou melhor, a mão dele. — Se você for real, me ajuda! Eu tô meio que preso nessa merda.

Remus bufou e se levantou da poltrona que tinha arrastado até ali, no canto da janela, na noite passada. Foi ideia de Sirius, claro, porque segundo ele, "precisava de alguém para observar se os remédios faziam efeito ou não, pois e se Remus virasse as costas e ele sofresse um infarto fulminante?"

Sua chantagem deu certo. E, não só como testou a poltrona, Remus também dormiu nela. Suas costas e todas as suas articulações pareciam pegar fogo, e doíam como se ele tivesse corrido mais de cem quilômetros sem parar.

Ele se levantou abruptamente, e em seguida ouviu um barulho de algo caindo no chão. Baixou o olhar, e percebeu que era o livro que tinha pegado emprestado da biblioteca de Sirius na noite passada, um dos poucos que ainda não tinha lido antes. Remus pediu desculpas mentalmente ao objeto, que felizmente não sofrera nenhum dano, e foi na direção do sofá.

Puxou a coberta de Sirius com esforço, já que o rapaz estava completamente enrolado nela. Quando finalmente se viu livre do casulo de algodão verde, Sirius abriu um sorriso torto. Seus olhos estavam meio inchados, sua cara amassada, e ele ainda parecia meio doente.

Todo Esse Tempo - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora