{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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Assim que o show acabou e as luzes se apagaram, Lily Evans levantou do seu assento em um pulo e se virou para seus amigos.
— Quem aí tá afim de conhecer os bastidores? — perguntou, como se fosse uma guia turística.
Grant levantou a mão, sorrindo, os olhos enérgicos e vidrados.
— EU! EU! EU!
Os seus gritos, misturados com as reclamações volumosas da plateia, que lamentavam o fim do show, serviram como um fósforo para a mente em pólvora de Remus. Sua dor de cabeça se agravou, e ele só queria ir para casa, só queria sair dali e passar um tempo sozinho para pensar em tudo que aconteceu nas últimas horas, mas sabia que não podia. Devia isso a Lily, a Grant, até mesmo a James e Peter. Como os seus amigos reagiriam se ele dissesse que estava com muito medo e muito cansado para esperá-los após o espetáculo que fizeram?
Grant estava tão animado. Dorcas e Marlene davam claros sinais de que não iriam para casa tão cedo, se é que chegariam a ir para casa. Por mais que o seu desconforto fosse grande, Remus não tinha o direito de acabar com toda aquela empolgação.
— Foi justamente para isso que eu fiz amizade com artistas! — exclamou Marlene, levantando o copo de vidro vazio na mão. Aquele era o seu quinto ou sexto; Remus tinha perdido as contas de quanto eles haviam bebido, mas com certeza era muito. Até Lily fez um rodízio de refrigerantes, e pediu 4 sabores diferentes. — Finalmente os mimos estão vindo!
Depois de pagarem a conta e fazerem um esforço especial para se manterem de pé, Remus, Grant, Dorcas e Marlene seguiram Lily através dos corredores escuros e apertados do Três Vassouras. Quando passaram reto pela porta de madeira pesada do banheiro, Remus não pôde deixar de lembrar da conversa que tivera com Mary McDonald mais cedo, ali dentro.
Ele passara uma quantidade estrondosa e assustadora de tempo pensando nisso, mas ainda não tinha chegado à nenhuma conclusão. Sabia que a única pessoa que seria capaz de quitar suas dúvidas e responder suas perguntas era Sirius. Por isso mesmo, também sabia que nunca iria descobrir o mistério por trás desse falso namoro, porque nunca contestaria Sirius sobre isso. Seria vergonhoso, embaraçoso e humilhante. Afinal de contas, por que Remus estava mesmo tão interessado na vida amorosa do seu ex? Ele estava saindo com Grant, um cara incrível e que gostava dele, então não deveria se importar com Sirius, certo?
Certo?
Remus suspirou, ficando por último. Grant reparou que ele estava andando mais afastado e o esperou. Esticou sua mão e entrelaçou seus dedos nos de Remus, lhe dando um breve sorriso.
— Estou tão animado! Os seus amigos são tão maneiros!
Remus não estava nem um pouco tão animado quanto Grant, mas abriu um sorriso e fingiu que sim.
Aquela estava sendo a pior noite da sua vida.
Lily parou de caminhar abruptamente e sinalizou a porta no final do corredor. Ela ainda tinha aquele ar de guia turística.
