mas BOLO!

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O resto do caminho foi tão curto que Remus não conseguiu pensar em nada, e quando olhou para fora da janela percebeu que já era hora de sair

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O resto do caminho foi tão curto que Remus não conseguiu pensar em nada, e quando olhou para fora da janela percebeu que já era hora de sair. Sirius já tinha estacionado na garagem do prédio de James e Lily. Os dois chegaram. A viagem acabou.

A mente de Remus parecia uma linha enrolada em um milhão de pequenos nós; impossível de separar e desembaraçar cada um deles.

— Você quer ajuda com o bolo? — perguntou Sirius, apontando para a caixa de papelão no colo de Remus, que estava encharcada e mole por causa da chuva.

Remus demorou um segundo para se lembrar que estava carregando uma caixa e que tinha comprado um bolo e que estava prestes a rever James e Peter, mas se encontrava naquele estado deplorável. Se pudesse escolher qualquer momento para não ver os seus amigos, seria esse.

— Não precisa, obrigado — respondeu, sem olhar para Sirius. Era bobo, fútil e irracional, porém não se sentia capaz de encarar aqueles olhos cinzentos agora. Olhos que brilhavam para outra pessoa. Que clamavam um beijo, um abraço, um carinho. De Mary.

— Beleza — falou Sirius, com a maior naturalidade do mundo, e saiu do carro, deixando Remus sozinho. Ele correu, pelo lado de fora, até a outra porta do carona, e a abriu para Remus passar. — Por favor, não tropece e derrube o bolo. Seria horrível ter que perder a minha parte de morango com nozes.

Remus percebeu que essa era uma tentativa de descontração, mas, apesar das tentativas, não conseguiu forçar seus lábios a se curvarem. Ele segurou a embalagem com mais força, sentindo um ímpeto dentro de si de jogá-la no chão, só para causar sofrimento a Sirius. Era bobo, fútil e irracional, mas estava ali. Remus não podia lutar contra essa ânsia selvagem de agir como um adolescente no primeiro relacionamento. Quando se tratava de Sirius, as coisas sempre fugiam do seu controle.

Por fim, decidiu que já fez bastante sacrifícios por aquele bolo, e não seria prudente derrubá-lo propositalmente no chão. Talvez acontecesse por mero acidente, mas daí já não era a sua culpa.

Ele saiu do carro, e Sirius fechou a porta. O mais novo o guiou pelo estacionamento, pois já conhecia muito bem o lugar. Eles entraram em um elevador (que por sorte estava vazio) e não abriram a boca até chegarem no sétimo andar. Quando as portas de metais se abriram, Sirius parecia farto daquela tortura, e se virou para Remus com uma careta.

— O que aconteceu? Você está nervoso porque vai reencontrar eles? Ou só tá pensando nessa tal de grande surpresa que a senhora Prongs disse que tem?

Não era nenhuma das opções, mas Remus preferiu não confessar que o motivo do seu repentino mau humor era justamente quem estava perguntando o que ocorrera.

— Tô curioso — respondeu, lentamente. Quanto menos tempo passasse sozinho ao lado de Sirius, mais os seus pensamentos estavam à salvo.

— Alguma ideia do que pode ser?

Todo Esse Tempo - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora