{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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Remus adorava o inverno, mas, quando a primavera finalmente chegou, ele não deixou de agradecer pelo ar não congelante, pelas chuvas que eram mais esparsas e não tão cruéis, e, principalmente, pelas flores que começavam a brotar em todos os cantos. Para onde quer que se virasse, ele enxergava novas vidas germinando, se transformando, ganhando cor, luz e brilho. Era um espetáculo. A sua caminhada até o prédio de casa agora era recheada de alegria. Mesmo os minutos agora faziam valia a pena, só por causa das árvores coloridas e dos quintais cheios de flores.
E o motivo do caminho mais longo e dos minutos a mais não era difícil de adivinhar. Afinal, quando nos mudamos de apartamento, as rotas de transporte que usamos todos os dias também costumam mudar. Desde que Remus se mudou para o lugar de Sirius e passou a viver com ele, o que aconteceu dois meses depois da grande reconciliação, ele nunca mais passou na cafeteria, ou na confeitaria. Tinha encontrado outros lugares tão bons quanto, que eram ali perto, e Sirius às vezes se encontrava com ele quando podia. Essas eram as melhores tardes, quando eles passavam horas bebendo café e chocolate quente e conversando ou lendo juntos. Porque, sim, por mais difícil que pareça ser, Remus convenceu Sirius a ler. E eles tinham um clube de leitura só dos dois agora.
Os quatro meses se passaram tão depressa, repletos de caixas de mudança, beijos quentes, carinhos e sorrisos que Remus se assustou quando percebeu que seu aniversário estava chegando. E outra coisa também o espantou: O bebê de Lily, aquele que eles iriam logo logo descobrir o sexo, estava quase chegando.
Era por isso que todos se reuniram na casa de James e Lily naquele domingo. Sim, casa, porque o casal tinha decidido abandonar o antigo apartamento e comprar um lugar próprio, só deles, com um quintal enorme para o futuro filho ou filha brincar. Sirius, Remus e Peter tiveram longas tardes sendo jurados e avaliando cada casa, porém no final toda a pesquisa valeu a pena, porque encontraram um lugar perfeito, que parecia ter saído dos filmes mais lindos.
— Eba, bolo! — exclamou Sirius, tirando Remus dos seus pensamentos. Eles estavam sentados no sofá vermelho, tão próximos que ocupavam menos de um lugar, e seus dedos estavam entrelaçados, como tinha se transformando em um hábito para os dois. — Por que vocês não avisaram que a gente ia comer mais? Eu não ia ter exagerado tanto no almoço.
James se concentrou totalmente na tarefa de não deixar o bolo cair, e, sob o olhar crítico e mortífero de Lily, ele colocou a forma em cima da mesinha de centro com o maior cuidado do mundo. Quando o bolo estava seguro e era certo que não iria desmoronar no chão, James secou o suor da testa e abriu um sorriso nervoso.
— Uau, eu sou um gênio — comentou.
Lily revirou os olhos. Sua barriga já aparecia claramente em qualquer roupa que usava, e ela tinha aquele brilho que fazia seus olhos cintilarem de uma maneira especial, com aquele lampejo que declarava que havia uma vida inteira se formando dentro dela, e que essa vida seria a coisa mais importante do mundo em poucos meses.
