{concluída}
Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...
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A parte de fora da boate Três Vassouras estava tão cheia quanto dentro do local. Enquanto se afastava do maior aglomerado de gente e se dirigia para os cantos nos fundos, onde a quantidade de pessoas era consideravelmente menor, Remus cogitou, não pela primeira vez, que fizera a coisa errada ao sair de casa naquela noite. Era isso. Não deveria ter aceitado o convite de Sirius, não deveria ter falado com Grant, não deveria ter ao menos pensado duas vezes na proposta. Por que estava ali mesmo? Para se amostrar com um namorado de mentira? Para ver Mary, a incrível namorada real de Sirius, e chegar em casa chorando mais tarde, com pena de si mesmo?
Remus estava pronto para girar os calcanhares e ir embora quando escutou alguém o chamando ao longe.
Ele se virou na direção da voz e estreitou os olhos para tentar encontrar uma figura conhecida no meio daquele formigueiro de gente. Se deparou com Grant, acenando com as duas mãos com o maior entusiasmo do mundo, vestindo calças jeans rasgadas, uma blusa branca básica por baixo e uma jaqueta verde militar por cima. Os tênis vermelhos deixaram-no mais alto do que o normal, e, enquanto o rapaz caminhava para encontrá-lo, Remus se surpreendeu com a maquiagem no seu rosto.
— OI!! Você está aqui há muito tempo? Só passou cinco minutos, né? A gente marcou às dez e quinze, e agora são dez e vinte... Ei, você está gato. Essa camisa é perfeita. O Bowie tá incrível nessa foto aí. — Grant apontou para a blusa estampada que Remus vestia, parecendo pelo menos mais duas vezes ligado na tomada do que o normal. Era como se ele tivesse bebido cinco litros de energético; seus movimentos, sua fala, seus olhos, tudo estava em uma velocidade acima do usual. — Desculpa por me atrasar, é que eu saí um pouco mais tarde de casa e perdi o ônibus... Eita, que lugar bonito! Olha esse letreiro colorido, que coisa mais chique!
Remus riu com toda a empolgação. Se faltava animação nele, com certeza sobrava dessa em Grant. Os dois se aproximaram um do outro, para poder se ouvirem melhor no meio daquele caos e barulho.
— Gostei da maquiagem — disse Remus, sorrindo.
Estava linda mesmo. Os olhos de Grant estavam delineados com sombra azul, branca e verde, que tinham quase tanto brilho quanto as estrelas no céu. Havia coraçõezinhos coloridos espalhados nas suas bochechas, e os seus lábios estavam com um leve e delicado tom de vermelho que chamava atenção. Remus se sentiu irracionalmente tentado a tocar o rosto de Grant, sentir sua pele, testar a textura dos seus lábios pintados.
Foi um trabalho um pouco difícil manter suas mãos nos bolsos da calça.
Grant estava sorrindo tão grandemente que os seus olhos quase se fechavam.
— Sério mesmo? — perguntou, como se não acreditasse. — Você gostou? Acha que os seus amigos vão gostar?
— É óbvio que eu gostei! Você está... incrível, Grant. — Remus suspirou, lançando mais um olhar ao rapaz. — Tenho certeza que eles vão gostar, mas isso também não importa. Você não está aqui para conquistá-los, entende?
