mudanças climáticas

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Se havia uma coisa em Londres que nunca entraria na cabeça de Remus, independente de quanto tempo ele estivesse vivendo na cidade, era a constante e rápida mudança de clima

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Se havia uma coisa em Londres que nunca entraria na cabeça de Remus, independente de quanto tempo ele estivesse vivendo na cidade, era a constante e rápida mudança de clima. Era impressionante a capacidade que aquele lugar tinha de ter sol e chuva ao mesmo tempo. Em um único dia, era como se as quatro estações aparecessem, causando um verdadeiro desastre na vida das pessoas — principalmente na de Remus Lupin.

Ele estava justamente pensando que deveria ter trazido um guarda-chuva consigo, enquanto passava o cartão de crédito em uma confeitaria chamada Dedos de Mel, quando olhou pela grande janela de vidro e percebeu que, surpresa, estava chovendo lá fora.

O mundo de Remus desabou assim como o tempo.

— Você desejaria uma sacola especial? — perguntou a atendente, que por sinal era muito simpática. Remus olhou para ela, confuso. — O bolo pode pegar chuva se você sair desse jeito lá na rua. Ou prefere que a gente entregue na sua residência?

Perfeito, o mundo de Remus estava desabando ainda mais.

— Hum, isso seria bom. Quanto tempo, mais ou menos, vocês demoram para... — Remus parou de falar assim que uma informação bastante importante cruzou a sua mente: ele não sabia onde o apartamento de Lily ficava. Ela ia buscar ele na cafeteria ali perto, que era o ponto de encontro que os dois haviam combinado por mensagem mais cedo. — Esquece — disse Remus. — Hum, seria bom se você reforçasse um pouco a sacola. Será que poderia fazer isso, por favor?

— Claro. Só um momento.

Remus assentiu com a cabeça e em seguida suspirou. Ele tinha decidido que não iria chegar de mãos vazias no jantar hoje à noite, então soube que a mãe de um dos seus alunos trabalhava nessa confeitaria, Dedos de Mel, e juntou um ponto ao outro. Ele só não esperava que fosse chover bem no raríssimo dia em que havia comprado um bolo meio a meio, de nozes com morango em um lado, e chocolate e coco no outro.

A atendente logo veio com uma caixa de papelão e lhe entregou.

— Essa é a coisa mais resistente que temos. Me desculpe.

Remus balançou a cabeça como se não fosse nada.

— Não tem problema. Muito obrigado.

— Volte sempre!

Vou voltar, pensou, de preferência em dias que o mundo não está caindo.

Ele saiu do conforto e aconchego da confeitaria para o vento frio e congelante da rua. A chuva era gelada e forte, batia na sua pele com gotas duras e pesadas, como se fossem mini pedrinhas de gelo. Ótimo dia para morar em Londres, e um dia ainda mais incrível para decidir encontrar os amigos depois de mais de quatro anos separados. Remus esperou que James nem Peter se importassem com o seu cabelo escorrendo, suas roupas encharcadas e um bolo com um pouco de gosto de água suja.

Ele não tinha andado muito para longe da confeitaria até que algo chamou a sua atenção. Era uma buzina incessante que parecia segui-lo para onde quer que fosse. Ele começou a caminhar mais rápido, querendo se livrar da chuva e da buzina o quanto antes, porém o ruído o perseguiu.

Todo Esse Tempo - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora