Remus estava começando a ficar entediado. Ele tinha um livro, um caderno para escrever, várias canetas coloridas, trabalhos para corrigir, aulas para planejar e um notebook com internet conectada, mas mesmo assim estava entediado. Ou melhor, estava ansioso.
As migalhas do seu croissant estavam no prato, deixadas de lado há muito tempo. Seu cappuccino extra forte e com muito leite também estava vazio, e ele considerava pedir outro, mesmo sabendo que provavelmente não dormiria naquela noite, com a quantidade estrondosa de cafeína ingerida. Não importava. Remus Lupin estava à beira de uma crise de nervos, e ninguém na maldita cafeteria parecia perceber.
Marlene ia na sua mesa de vez em quando, perguntar se ele estava bem ou se queria mais alguma coisa. A resposta sempre era negativa. Remus perguntava se a tal surpresa ou comida especial que Marlene estava aprontando iria demorar muito, e ela só dava de ombros e dizia para que ele tivesse paciência. Paciência. Paciência. Paciência.
Era fácil dizer quando não era você que estava no lugar de espera.
Remus estava começando a pensar que Marlene era mais doida do que havia imaginado, e que estava apenas pregando uma pegadinha nele. Talvez iria esperar, esperar e esperar, e nada viria. Talvez só estivesse pagando o papel de bobo. Ele decidiu que, se nada de novo acontecesse até cinco minutos, arrumaria suas coisas e iria para casa. Ainda tinha um monte de coisas para fazer, e não podia ficar desperdiçando tanto tempo assim.
Remus planejou o total de uma aula, e ainda era tão ruim que ele provavelmente não poderia entregar aquela tarefa para as crianças. Não conseguiu se concentrar na leitura. Não escreveu nada. Não abriu suas canetas coloridas.
Ele contou os carros que paravam na sinaleira, no entanto. A janela ao seu lado tinha uma vista maravilhosa para essa parte específica da rua, então foi uma tarefa fácil, que o manteve entretido por um tempo. Estava no centésimo segundo veículo quando o som do sininho da cafeteria se espalhou pelo ambiente, alertando a todos que alguém tinha entrado.
Quando Remus levantou os olhos para ver quem era, mais por curiosidade do que qualquer outra coisa, seu coração acelerou tanto que daria de dez a zero naqueles carros do outro lado da rua, caso fizessem uma corrida.
Seus olhos se encontraram com aqueles que não saíram da sua mente por muitos dias. Aqueles olhos verdes e brilhantes que chamaram a sua atenção desde a primeira vez que os vira.
Grant Chapman estava na cafeteria. Grant Chapman não estava na cafeteria antes, mas agora estava, e veio especialmente por causa do Remus. Para encontrá-lo.
Remus não conseguiu reagir, nem fazer qualquer outra coisa, enquanto Grant caminhava em sua direção. Apenas o observou, detalhe por detalhe, fascinado com o jeito que Grant era fora do local de trabalho. Ele já chamava suficiente atenção enquanto vestia o avental branco e sem graça do café, mas quando usava aquela camisa polo que combinava com os seus olhos, a calça jeans apertada que moldava suas pernas, as botas estilosas que pareciam únicas, perfeitas nele, como feitas sob medida... Grant estava extraordinário. Por um momento, por um longo momento, Remus se esqueceu de como respirar.
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Todo Esse Tempo - Wolfstar
Fanfiction{concluída} Na maioria das vezes, voltar para casa depois de anos afastado significa um alívio imenso, uma felicidade absurda. Não para Remus Lupin. Ou, pelo menos, não é assim que o professor recém formado se sente ao se mudar para a fria e tempest...