𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟐𝟏 🦋 that day

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Victor Augusto

23/06 – Sexta-feira

07:00h


Eu estava muito irritado e agitado. Uma chuva gigante caia sobre São Paulo, e parece que todo o desgraçado desaprende a dirigir sob as chuvas. São Paulo já tinha um trânsito difícil, mas com chuva, tudo piorava.

E além de tudo: eu estava atrasado para buscar Bárbara, por isso acelerava o possível e tentava cortar os caminhos.

Depois de uns 10 minutos, eu consegui chegar na sua casa. Buzinei duas vezes e logo ela saiu de casa. Ela tinha uma carinha meio triste e emburrada, mas eu estava tão agitado que não consegui prestar atenção...

─ Oi linda. – eu disse logo que ela fechou a porta, logo saindo de seu condomínio e indo para a escola.

─ Oi. – ela respondeu.

Foi seco? Com certeza. Tinha algo errado? Com mais certeza ainda. Eu percebi? Não.

Depois de uns 5 minutos, pegamos um engarrafamento imenso e eu só faltei chorar.

─ Puta merda, esses caras não sabem nem pisar no acelerador.

Virei o carro com tudo e comecei a tentar achar caminhos alternativos. Fui entrando em ruas mais residenciais, onde não tinha trânsito. Depois de mais 15 minutos, chegamos na escola.

Estacionei o carro, respirei fundo e sorri, me sentindo vitorioso de chegar no horário.

─ Acho que a professora de artes não liga de eu chegar alguns minutos atrasado... – eu comentei, pegando minhas coisas.

─ Mas Vic, eu tenho aula de artes agora. – ela disse. – Você não tem mais aula comigo, lembra?

Comecei a pensar de quem era a aula que eu acabara de chegar atrasado...

Merda, era matemática, e a professora detestava atraso. Detestava mesmo. Ela era uma senhora de 60 anos que explicava melhor que ninguém, mas ela tinha uma implicância com qualquer barulho que alguém faça e mais ainda com pontualidade.

─ Ai merda. – eu disse, pegando minhas coisas rapidamente. – Anjinho, eu tenho que correr.

Beijei sua mão e saí correndo para a aula. Subi as escadas e finalmente cheguei na minha sala. Bati de leve duas vezes.

─ ENTRA. – eu ouvi o grito.

Abri a porta e a senhora me encarava com uma cara terrível.

─ Licença, me perdoe o atraso. – eu disse, entrando na sala.

Olhei para Crusher, que ria em silêncio, assim como meus outros amigos.

─ Só lhe deixo entrar porque hoje vou explicar matéria de prova. – ela disse.

Ela me encarava de uma maneira tão tão tão terrível que eu travei. Só destravei quando escutei sua régua de madeira bater na mesa com força e agradeci por não ser na minha cara.

─ ANDA, SENTA! – ela gritou.

Crusher estava quase explodindo nessa hora. Andei até uma carteira que estava vazia logo atrás dele e lhe dei um tapa de leve.

Me sentei e comecei a prestar atenção no que ela explicava, pois para permanecer no time de basquete, eu teria que ter notas boas.

Senti que estava esquecendo de algo, que tinha que fazer alguma coisa, mas ignorei a sensação.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora