Chapter 132 🦋 traitor

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Bárbara Passos

06/08 – Sábado

15:30h


Eu já fui traída. E durante o tempo que fui traída, eu desconfiava, mas tudo veio à tona depois. Depois que já tinha me mudado de cidade, depois que já estava livre daquele pesadelo. Doeu quando eu soube, doeu desconfiar.

Mas Victor conseguiu ser dez vezes pior.

A dor de ver as marcas no seu pescoço, a loira em cima do seu colo, suas mãos a tocando... E os cabelos dele estavam molhados. O que será que eu perdi?

A dor me deixou sem reação no início. Meus olhos se encheram de lágrimas, que escorriam sem a minha vontade, mas eu não tinha o que fazer. Eu não tinha força para segurar o choro.

Entrei na casa, andando o mais rápido que eu podia. Minha consciência voava longe, tudo girava... Parecia que eu ia desmaiar.

Tateei o mármore na pia, encontrei o carregador do meu celular e então saí. Mal conseguia olhar para os dois. Eu consegui ouvir uma briga, consegui ver de relance ele se mexendo, mas eu não quis olhar.

Logo que saí da casa dele, comecei a soluçar. E agora? O que tinha acabado de acontecer? Aquilo era realmente real?

Mas, o que somos agora? Eu, com certeza corna, ele, o traidor, mas e nós? Ainda existe um nós?

O que era ser solteira? Eu não me lembro mais...

O pior de toda aquela dor, era que desde o começo da semana eu estava toda apaixonada pelo meu namorado. Ou ex-namorado? Não importa. Eu estava cada vez mais me apaixonando mais por ele, meus sentimentos saltavam da pele. Jantares, flores, presentes, carinho, beijos, abraços... Mas, do que adiantou tudo aquilo? Se no final, o que eu ganhei foi uma traição?

Mas sempre era assim. Suellen estava em todos os momentos em que eu e Victor estavamos juntos. Sempre. Eu já devia ter desconfiado.

Todos me avisaram, meus amigos, meus pais... Me lembrei das palavras de Jean, ontem, enquanto eu me arrumava para o jantar:


"─ Mas é verdade. – Tainá disse. – Flores, presentes, jantar... O que mais será que ele vai fazer?

─ Um chifre. – Jean respondeu. Um silêncio se instalou e nós começamos a rir em seguida. – Pensei alto, perdão."


É, ele estava certo. Seu último lindo presente, foi um chifre.

Eu continuava a chorar, estava perdendo as forças e cada vez andando mais devagar. Vamos Bárbara, só até a saída do condomínio...

Mal andava, então eu desisti. Peguei meu celular, ainda chorando, e liguei para o meu pai.

─ Alô? – ele respondeu.

─ Pai. – eu o chamei, deixando um soluço escapar. – Vem me buscar, por favor.

─ O que ele fez? – eu conseguia ouvir ele abrindo a porta de casa.

─ Ele... Ele me... – os soluços me escapavam e eu já não respirava mais. – Traiu.

Meu pai passou alguns minutos quieto, enquanto eu continuava a chorar.

─ Sai do condomínio, eu chego aí em dois minutos. – ele disse. Nunca ouvi tanta raiva em sua voz.

─ Tá bom. – eu respondi.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora