Chapter 152 🦋 kissing without thinking

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Bárbara Passos

31/10 – Quarta-feira

21:30h


─ Bárbara?

Aquela voz rouca e maravilhosa me fez arregalar os olhos. Eu não estava no meu quarto. Tinha me enganado.

O moreno de olhos castanhos se abaixou na minha frente. Seu rosto exalava preocupação.

─ O que aconteceu? – ele perguntou.

Olhar para Victor Augusto me dava ainda mais vontade de chorar. As lágrimas saíram mais ainda do meu rosto e acho que ele conseguiu entender o porquê do meu choro.

Ele pegou minha mão e me fez levantar junto com ele, ainda confuso.

─ Eu errei o quarto, foi mal... – eu disse.

─ Ei, não precisa pedir desculpa. – ele disse. – Eu sempre te disse que a minha porta sempre estaria aberta pra você.

Eu sorri e instantaneamente comecei a chorar ainda mais. Ver seus olhos preocupados, seus braços loucos para me acolher e suas palavras carinhosas me fazia pensar a merda que tinha feito. O quanto eu deixei minhas paranoias me guiarem?

─ Vem cá. – ele disse, me puxando para seu peito.

Eu abracei seu corpo enquanto chorava e senti seus fortes braços me abraçando também. Eu chorava como uma criança em seu peito e eu me permitia fazer aquilo, porque sabia que ali sempre seria um lugar seguro.

Ele estava sem camisa, então sentia seu coração bater aceleradamente. Ficamos daquele jeito até que eu me acalmasse e parasse de chorar. Ouvir seu coração batendo, sua pele quente em contanto comigo e sentir sua presença me trouxe a paz que me faltava.

─ Por que tá chorando? – ele perguntou, quebrando o silêncio.

Suas mãos escorregaram pela minha cintura e ele me deu um espaço para falar.

─ A gente... – eu tentei falar, mas as palavras sumiram. – Eu... Eu terminei.

Um soluço tomou conta da minha garganta e ele se aproximou de mim.

─ Você tá chorando por que terminou comigo? – ele perguntou e eu assenti. – Anjo... Não precisa chorar.

Seus lábios me presentearam com um beijo na testa e ele voltou a me abraçar.

─ Mas eu fiz merda. – eu disse, enquanto chorava.

─ Não foi assim... – ele disse. – Mas isso não importa agora, depois vemos isso.

Eu puxava o ar com força para tentar me recompor do choro, mas estava sendo falho.

─ Ei. – ele passou as mãos para o meu rosto. – Eu tô aqui agora.

Eu assenti, para dizer que eu entendi e ele me abraçou de novo. Ficamos um longo tempo daquele jeito. O vento entrava pela janela do quarto e esse era o único barulho que ouvíamos naquele momento.

Quando eu parei de chorar, percebi que deveria voltar no meu quarto ou me meteria em problemas.

─ Eu tenho que ir. – eu disse, me soltando do seu abraço.

─ Não. – ele disse. – Fica.

─ A gente não pode... – fui interrompida.

─ Me deixa cuidar de você. – ele disse, enquanto passava uma mecha de cabelo para trás. – Me deixa fazer o que eu não fiz por tanto tempo...

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora