Bárbara Passos
09/10 – Quinta-feira
1 mês depois
18:00h
Um mês se passou e sinceramente? Tudo só piorou.
Eu e Victor estavamos piores do que nunca. Nem nos beijávamos mais, atos de carinho quase não existiam e ele estava mais distante do que eu nunca tinha visto. Vivia sempre longe, sempre me escondendo coisas, sempre nervoso e muitas vezes até descarregando seu estresse em mim.
Eu já não fazia mais força. Continuava namorando porque eu acordava todos os dias com esperança de ele ter voltado ao normal, mas é obvio que isso nunca acontecia. A minha dependência em cima dele estava cada vez maior e o fato de ele estar distante me machucava dez vezes mais. Eu não terminava por dependência. E me arrependia horrores de ter me apegado tanto a uma pessoa como me apeguei a ele.
Andava mais triste que o normal. Aquele um mês me destruiu por completo. Eu não saia mais de casa, não saia com meus amigos, nem com o meu namorado e nem ia em seus treinos. Não me arrumava mais para a escola, não cuidava de mim, não me achava bonita, nada. Tudo o que eu pensava era no meu relacionamento. Minha alimentação estava começando a cair de novo, mas não porque eu queria e sim porque eu não tinha mais fome, não tinha desejos, vontade... Eu estava vazia.
Foi difícil. Eu nunca tinha sentido tanto arrependimento sobre Victor na minha vida. Ele era meu tudo e ainda é meu tudo, só que ao mesmo tempo, eu me arrependia. Me arrependia de tudo.
Eu deveria ter colocado fogo naqueles malditos desenhos que deixei no reciclado. Assim, Victor nunca os acharia e automaticamente não me encontraria. Talvez eu fosse sua por uma ou duas vezes, mas tudo desejo casual, ele me pegaria e depois iria embora. Nos momentos que eu chorava, voltava pra casa sem esperança e via claramente que ele não me amava mais, eu pensava em todas aquelas coisas. Ao mesmo tempo, me sentia um monstro por descartar aquele 1 ano e meio que ele me fez a pessoa mais feliz do mundo, que me amou, que cuidou de mim...
Eu via um filme na TV quando a campainha tocou. Por um momento, desejei que fosse Victor ali, vindo me dizer que aquilo tudo era uma grande brincadeira.
Eu abri a porta, ansiosa. Logo me decepcionei quando vi que era o carteiro. Ele me deu um gentil sorriso e me entregou um envelope. Agradeci, pegando o papel com curiosidade. Fui até a cozinha, peguei uma tesoura e abri. Arregalei os olhos quando vi o grande logo da NYU em um envelope azul.
Meu coração disparou e eu jurei que ia desmaiar. Abri o envelope rapidamente e comecei a ler a carta.
Temos o prazer de dizer que você foi aceita na Universidade de Nova Iorque.
Soltei um grito e me distanciei do papel, tremendo de felicidade. Tudo sumiu naquele momento. Victor sumiu, minha tristeza sumiu, meus medos sumiram e meu desanimo morreu.
Eu tinha conseguido. Eu alcancei o meu sonho. Eu tinha finalmente realizado o que me fez ficar em pé por quase 1 ano. Eu consegui.
Era surreal a sensação.
─ O que foi?! – meus pais desceram as escadas depois do meu grito.
Eu comecei a rir e eles não entenderam nada. Ri mais vendo suas caras.
─ Eu entrei! – peguei o papel e eles continuaram sem entender.
Quando minha mãe chegou mais perto, ela também gritou. Ela me abraçou e logo depois meu pai se juntou a nós. Ficamos um tempo daquele jeito, até eu me dar conta de que precisava contar para Victor.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳
Romantiek𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 ▬☁ 𝖿𝖺𝗇𝖿𝗂𝖼𝗍𝗂𝗈𝗇 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋. 𝗗𝗿𝗮𝘄𝗶𝗻𝗴 𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗼𝗿𝘀𝘁 𝗼𝗳 𝗺𝗲 ✍️ ⨳▬ 𝐒𝐘𝐍𝐎𝐏𝐒𝐈𝐒 ▬⨳ 𝐎𝐍𝐃𝐄, Victor Augusto, não era o tipo de pessoa que curtia um romance cli...