Chapter 155 🦋 Lizzie, pt. 2

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Bárbara Passos

06/11 – Terça-feira

09:30h


Eu saí da sala quando o sinal tocou, junto com Jean e Carolina.

─ Mas vocês não voltaram? – Carol me perguntou pela décima vez.

─ Não Carol, não voltamos. – eu disse.

─ E por que não? – ela disse. – Metade dos jogos de verão foram vocês se engolindo.

Eu ri de leve, com as bochechas coradas.

─ Eu não acho que a gente tá pronto pra voltar de verdade. – eu disse. – Nos jogos, era diferente. Estávamos fora da escola, fora de casa, em um lugar legal, um momento legal...

─ Olha Babi, eu sou seu amigo e tenho que ser sincero com você: você tá sendo burra. – Jean disse.

─ Por que? Você sempre me disse pra eu me valorizar e... – eu disse.

─ Eu acho que você tem que, mas é diferente agora. Você ama o Victor e ele também te ama. Vocês dois são muito conectados e nunca vão deixar de ser. Já tem um tempo que eu tenho observado vocês e eu não acho que o Victor parou de te amar, acho que ele só perdeu a mão de quanto ele estava sendo bom pra você. Ele te levou pro hospital, cuidou de você em todos os momentos, teve ciúmes e queria voltar.

─ Mas e se ele fizer tudo de novo? E se for tudo mentira?

─ Babi, pensa! É os últimos dias do Ensino Médio, daqui a alguns meses você vai se mudar, depois vai entrar na faculdade... Se você não resolver isso agora, talvez você nunca mais tenha chance de voltar com o Victor. – ele disse. – Vocês se amam e tem totais condições de fazer dar certo.

Eu fiquei quieta, sem nenhum argumento. Já era novembro, mais alguns dias e a escola tinha acabado. Eu me mudaria pra Nova Iorque, em setembro começaria a faculdade, tocaria a minha vida... Só que isso não tinha tanto senso sem o Victor.

A gente tinha tudo planejado: quando começaríamos a faculdade, lugares para ir em Nova Iorque, quando iríamos morar juntos, casar, ter filhos...

Eu só tinha uma imagem do meu futuro com ele presente. E agora, fazer tudo isso sem ele, não tinha sentido.

─ De qualquer jeito, ele vai pra Berkeley, junto com o time de basquete da escola e... – eu disse.

─ De onde você tirou isso? – Carol disse. – Eles não vão pra Berkeley.

─ Claro que vão, no dia que eu terminei eu li um e-mail do treinador que tinham feito uma proposta pra comprar o time.

─ Sua burra, é só a proposta, ninguém vai em nada ainda. Estão analisando. – Carol disse.

─ Mas a chance de eles irem é grande. – eu disse.

─ Não é tanto não, Babi. – ela disse. – Se fosse, já teriam aceitado.

Acho que naquele dia meu desespero estava tão forte que eu nem prestei atenção naquilo que eu lia. Queria só acabar com aquela tortura.

Chegamos no parquinho, onde todo mundo já estava.

─ Crusher, vocês vão pra Berkeley mesmo? – eu perguntei.

─ Não! – ele disse. – O treinador ainda não bateu o martelo, está esperando outras propostas e pelo o que eu saiba, chegou uma da NYU, da Stanford... Tem bastante opção, mas ninguém sabe ao certo porque não foi decidido.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora