Chapter 136 🦋 i found it

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Victor Augusto

19/08 – Sexta-feira

19:00h


Uma semana se passou. E não posso dizer que tudo voltou muito ao normal.

Bárbara ainda estava chateada e as vezes não conseguia muito se abrir comigo. Eu sentia uma barreira entre a gente. E entendia que essa barreira um dia ia se romper, só que não agora...

Muitas vezes, estavamos juntos na escola ou até no sofá da minha casa e eu via seus olhos rasos em lágrimas, via ela bem fechada, com medo... E eu me sentia muito mal.

Em um dos dias, ela estava com as costas encostadas no armário e eu estava na sua frente, com sua cintura nas mãos enquanto conversávamos. E então, ela olhou envolta e voltou a olhar para mim. Seus olhos estavam vermelhinhos e eu tratei de acolhe-la.

─ O que foi? – passei um cabelo para trás da sua orelha.

─ Nada... Nada. – ela disse.

Encarei os seus olhos, tentando passar conforto para ela, segurança, mas não adiantava. Deixei um beijo na sua testa e ela fez carinho no meu pescoço.

Pior mesmo foi quando Suellen tentou várias vezes vir provocar Bárbara, mas eu tentei muito a afastar. Quando via que ela chegava perto, beijava Bárbara, ou a abraçava... Fazia qualquer coisa para Suellen não vir incomodar.

Eu e Bárbara estavamos mais distantes do que nunca. E era estranho, mas eu a entendia. Eu "traí" sua confiança e obviamente não ia voltar tudo como era antes. Vai levar um tempo até as coisas voltarem ao seu normal.

E ela já me disse várias vezes que estava tudo bem, que estava feliz, mas eu sentia o quanto ela ainda estava machucada. Eu me culpava muito por isso, mas estou respeitando o tempo dela. Aos poucos, isso vai se diluir. Eu espero.

Pra tentar nos deixar mais próximos, eu fiz questão de demonstrar o máximo de amor e carinho possível por toda essa semana e mais uma vez vou fazer isso. Disse pra ela vir dormir na minha casa hoje e ela aceitou. Então, eu fiz brigadeiro, comprei os doces que ela gosta e também fiz pipoca. Tudo para passar um tempo juntos e ela entender que eu estou realmente empenhado em ela me perdoar.

Eu sei que ela já me perdoou, mas eu não me perdoei por tudo o que aconteceu. Vê-la machucada, chorando, fechada, pensativa... Me doeu. Me doeu muito. Então, ao mesmo tempo que eu quero mostrar para ela o quanto eu a amo e o quanto eu quero voltar a ser a pessoa que ela mais confia.

E eu faria qualquer coisa para voltar a ter sua confiança.


Qualquer coisa.


A campainha tocou e eu fui atender. Abri a porta e lá estava ela. Os cabelos soltos e brilhantes, o rosto natural e sem maquiagem, uma roupa bem confortável, mas eu ainda sentia que seu coração sangrava.

─ Você veio! – eu disse, a puxando para dentro.

Ela sorriu e eu fechei a porta, tirando a mochila das suas costas e colocando em qualquer lugar. Enlacei meus braços em sua cintura e ela me abraçou de volta. Deixei vários beijos no seu pescoço e ela deu uma risadinha. E então, voltei a olhar para ela. Ela estava melhor, estava sorridente. Pegando o meu pescoço, ela me presenteou com um beijo leve nos lábios. Eu sorri no meio de nós, a beijando mais uma vez.

─ Tava com saudade. – eu disse, fazendo um biquinho de drama e ela riu.

─ Eu também. – ela respondeu.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora