Victor Augusto
03/11 – Sábado
20:00h
Eu estacionei o carro na frente da casa da Bárbara e relaxei no banco. Ficamos quietos por alguns minutos e logo eu olhei para ela.
Nenhum dos dois estava confortável de voltar pra casa. Tudo foi tão incrível na viagem e voltar para casa significava voltar para a rotina antiga: ir para escola, não ver ela, não falar com ela, voltar pra casa, beber, sentir saudade...
Ela me olhou de volta e acho que ela tinha o mesmo desconforto que eu. Sua mão foi até meu maxilar, fazendo um carinho leve ali.
─ O que foi? – ela perguntou com a voz baixa.
Eu não respondi, só cheguei mais perto do seu corpo e lhe dei um beijo leve nos lábios, pegando sua cintura e enlaçando nos meus braços. Eu me separei rapidamente dela, mas ainda com o rosto próximo e seu corpo nas minhas mãos. Ela continuou fazendo carinho no meu rosto e depois o transferiu para o meu pescoço, o que me deu vontade de beija-la mais um pouco. E foi isso que eu fiz.
Ficamos algum tempo nos beijando de forma leve e lenta. Era dolorido e agoniante pensar que poderia ser os últimos beijos e momentos.
Eu lhe dei um último selinho antes de nos separarmos completamente. Ficamos quietos por alguns segundos, até que eu resolvi perguntar o que tanto me dava agonia.
─ E agora? – eu perguntei. – O que vamos fazer?
─ Eu não sei. – ela disse.
─ Vai ser assim sempre? – eu perguntei, olhando nos seus olhos e lhe dando mais um selinho nos lábios.
─ Eu não sei... – ela disse. – Não dá pra fingir que nada aconteceu. A viagem foi ótima, mas se a gente voltar a namorar, as coisas vão precisar ser diferentes.
E tinha ainda o problema da minha cunhada, que sinceramente eu ainda não me sentia pronto pra contar pra ela. Se voltássemos a namorar, eu teria que contar... O que não era bom.
─ Eu sei. – eu disse. – Eu tô disposto a fazer dar certo. Podemos ir com mais calma se você quiser, eu não sei. Só não quero ficar longe.
Ela sorriu, enquanto olhava para mim.
─ Eu também não. – ela disse. – Me dá um tempo pra pensar, pode ser? É que eu não consigo só fechar os olhos pra tudo o que aconteceu quando terminamos. Eu sofri muito. E eu não quero sofrer aquele tanto de novo...
─ Não tem problema. – respondi. – Quando você se sentir melhor.
─ Tá bom. – ela disse.
E de novo, aquele silêncio. Confesso que fiquei um pouco chateado de ela ainda não querer voltar. Eu tinha altas expectativas, tinha até a caixinha das alianças no bolso.
Só que eu entendia ela e no final, é até bom que a gente não volte agora. Eu teria mais tempo para resolver o problema da Lizzie, sem ter que mentir pra ela.
Ela ficou olhando nos meus olhos e eu sentia que ela também não estava confortável de me deixar, mas ela sabia que seria melhor pra ela.
Olhar nos seus olhos me acalmava, acalmava a agonia de saber que eram altas as chances de aquela ser nossa última vez em não sei quanto tempo. Eu teria que esperar. E eu não estava com tanta paciência assim.
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𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳
Romance𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 ▬☁ 𝖿𝖺𝗇𝖿𝗂𝖼𝗍𝗂𝗈𝗇 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋. 𝗗𝗿𝗮𝘄𝗶𝗻𝗴 𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗼𝗿𝘀𝘁 𝗼𝗳 𝗺𝗲 ✍️ ⨳▬ 𝐒𝐘𝐍𝐎𝐏𝐒𝐈𝐒 ▬⨳ 𝐎𝐍𝐃𝐄, Victor Augusto, não era o tipo de pessoa que curtia um romance cli...